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Polícia obrigada a intervir em catedral da IURD de Luanda

A polícia angolana foi chamada a intervir na madrugada desta Quarta-feira num dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Luanda, tendo conduzido até à esquadra cinco pessoas que foram posteriormente libertadas.

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Segundo declarações do superintendente Lázaro Conceição, à Televisão Pública de Angola (TPA), a polícia foi chamada a intervir no templo do Morro Bento "para manter a ordem e a tranquilidade pública, às 4 da manhã", tendo sido identificadas no local cinco pessoas, quatro de nacionalidade angolana e uma estrangeira.

Depois de serem levados para a 21.ª esquadra, onde "foram submetidos a uma entrevista policial", os cidadãos foram libertados.

"Não ficou provada a existência de um crime que pudesse justificar a sua detenção pelo que foram apenas identificados e postos em liberdade", adiantou Lázaro Conceição, explicando que serão os tribunais a decidir sobre o conflito entre os pastores angolanos e brasileiros da IURD.

O superintendente sublinhou que durante a intervenção policial não houve recurso à força, tendo a polícia chegado ao local e identificado que havia divergências.

Segundo um dos dissidentes da IURD, o incidente terá acontecido quando um grupo de pastores brasileiros tentou recuperar o templo que tinha sido tomado por angolanos.

Gime Inácio, porta-voz da comissão de reforma da IURD, disse à TPA que os templos do Morro Bento e do Patriota foram invadidos por homens armados e que a polícia efetuou alguns disparos para controlar o tumulto, o que foi, no entanto, negado por Lázaro Conceição.

O mesmo porta-voz afirmou que foi indicado um novo líder para dirigir "os destinos da igreja" brasileira, em Angola, o bispo Luís Valente.

As desavenças entre os pastores brasileiros e angolanos, que se arrastam há vários meses, culminaram na Segunda-feira com a tomada de templos em várias províncias, incluindo 30 em Luanda.

Os angolanos, que se desvincularam da ala brasileira, falam de vários crimes e práticas negativas dos brasileiros, incluindo racismo, corrupção e desvio de divisas.

A IURD contesta e acusa este grupo de "práticas e desvio de condutas morais e, em alguns casos criminosas, contrárias aos princípios cristãos exigidos de um ministro de culto", queixando-se de ser alvo de ataques xenófobos.

Entretanto, a IURD em Angola comunicou, na sua página da rede social Facebook, que apesar da reabertura ao culto presencial, as suas igrejas vão continuar fechadas em todo o país, por não estar garantida a segurança de pastores e fiéis.

"A Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, vem por meio desta comunicar aos seus membros fiéis e simpatizantes que devido aos recentes acontecimentos desencadeados por actos de invasão e rebelião por parte dos ex-pastores que nos colocam sem segurança para que as igrejas sejam reabertas e devido à evolução da situação epidemiológica da covid-19" os templos mantém-se fechados.

Angola reabriu as igrejas ao culto, depois de terem sido encerradas devido ao estado de emergência provocado pela pandemia de covid-19, excepto em Luanda e Cuanza Norte, por causa da evolução epidemiológica nestas duas províncias, as únicas com diagnóstico de infecções.

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