“Temos apelado aos angolanos para o cumprimento das medidas do estado de calamidade, quer das medidas sanitárias, mas há problemas de consciencialização da dimensão do problema que estamos a enfrentar. Só assim se compreende que as pessoas, de forma leviana, furam as cercas sem saber que estão a colocar-se em risco a elas próprias e outras pessoas que possam encontrar”, disse Sílvia Lutucuta, em conferência de imprensa, em Luanda.
Na passada semana, o país anunciou os primeiros casos de infecção por covid-19 fora de Luanda, na província do Cuanza Norte, devido a violação da cerca sanitária.
“Não vamos dizer que há vulnerabilidade na cerca. Nós temos fronteiras entre as províncias, temos caminhos fiotes [trilhos]. Depende da consciência da pessoa, a pessoa tem de perceber que não tem de furar a cerca sanitária e tem de conhecer bem as medidas que são tomadas contra aqueles que furam a cerca”, destacou a ministra, acrescentando que a consciência dos cidadãos é que dita, em parte, a vulnerabilidade.
“Quem furar a cerca sanitária vai ser severamente punido, já estão a ser presas pessoas, estão a ser julgadas sumariamente”, avisou a governante, frisando que “ninguém vai ficar impune”.
Respondendo ainda às perguntas dos jornalistas, a ministra avaliou positivamente o trabalho da Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem “apoiado todos os países” e tem estado a fazer “o seu melhor”, apesar de ter sido “apanhada de surpresa”.
“A OMS não ficou fora das dificuldades e dos desafios que temos de enfrentar (…), mas estão a fazer o seu melhor”, salientou, considerando que a organização teve uma “atitude de humildade” e reconheceu que as orientações (…) devem ser sempre avaliadas no contexto de cada país.