"É um número bastante grande de pessoas que querem regressar. Há o acumular do tempo em que não houve voos e de pessoas que tinham voos marcados e que não partiram e já vai em algumas centenas o número de pessoas que desejam regressar ao país", disse Carlos Alberto Fonseca.
O diplomata falava aos jornalistas à margem do arranque oficial no novo posto fixo para recolha de dados biométricos para o bilhete de identidade aberto no consulado de Angola em Lisboa.
"Há pessoas que estão preocupadas e que, naturalmente, querem regressar, só que tudo isto depende da possibilidade real em se poder satisfazer essa necessidade", considerou.
Adiantando que as autoridades angolanas estão a trabalhar em soluções para esses cidadãos, Carlos Alberto Fonseca assinalou, contudo, que o "controlo epidémico da pandemia obedece a estratégias que muitas vezes não se compadecem com o simples repatriamento quando, para o repatriamento, tem de se tomar outras medidas adicionais".
Por isso, apontou, as perspectivas de as necessidades de regresso da comunidade serem atendidas "obedecem ao curso do surto epidémico que se está a viver".
"Atingiu-se o pico e as medidas estão a ser atenuadas. À medida que são atenuadas, mais fáceis as deslocações se vão tornando. Isto obedece a um processo não apenas aqui, mas também no nosso país. É preciso que as condições estejam criadas no ponto de partida, como no ponto de chegada e durante o período de movimentação das pessoas", disse.
Escusando-se a avançar detalhes sobre os impactos concretos da pandemia de covid-19, quer em termos de infecções, quer de efeitos socioeconómicos, na comunidade angolana, Carlos Alberto Fonseca assegurou que a embaixada está atenta e a dar "o apoio institucional" necessário.
Esta pandemia criou situações muito difíceis para todos em todo o mundo e a nossa embaixada e os nossos consulados têm prestado o apoio institucional aos nossos cidadãos", disse.
Angola regista 88 casos confirmados de covid-19 e quatro mortos.
Estima-se que em Portugal vivam 40 mil angolanos, estimativa que a embaixada acredita "pecar por defeito".