Segundo Eduardo Cussendala, gestor de negócios da Shoprite Angola, depois da exportação de perto de cinco toneladas de banana em 2019, os operadores da gigante sul-africana em Angola tencionam variar a exportação agrícola, mas apontam "entraves".
"Há algum pequeno entrave do nosso lado, porque do lado sul-africano já se deram os passos necessários, mandaram-nos emails e o nosso Ministério da Agricultura precisa de responder", explicou o responsável durante a visita que o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, efectuou à base logística do estabelecimento.
As autoridades sul-africanas, adiantou, exigem que o Ministério da Agricultura responda a questionários sobre o controlo de pragas em Angola e lamentou: "Estamos nesse entrave há quase um ano".
"Se tivermos a resposta, eles [sul-africanos] dão-nos a licença de exportação e arrancamos", adiantou, referindo que o mecanismo surge para rentabilizar o tráfego terrestre dos mais de 100 camiões que vêm da África do Sul e "regressam vazios".
No âmbito da exportação, adiantou, "era bom que regressassem com alguma mercadoria angolana", insistiu.
Além do ananás, maracujá, manga, batata-doce e café, a Shoprite Angola tenciona igualmente exportar cerveja para a África do Sul.
Salvador Emílio, director-geral das Operações da Shoprite Angola, disse que antes da pandemia da covid-19 a cadeia de supermercados estimava enviar 20 contentores de cerveja angolana para a África do Sul.
"Mas, infelizmente, a situação da covid-19 condicionou o processo, porque lá temos uma rede de 1200 supermercados e para nós seria um bom investimento", apontou.
A Shoprite Angola, filial da maior cadeia de supermercados em África, a sul-africana Shoprite, opera em Angola desde 2003 e conta actualmente com 32 supermercados em 16 províncias do país.