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Candando pede ajuda ao Governo para manter lojas abertas

Nos últimos dias começaram a circular notícias de que o Candando ia fechar metade das suas lojas e despedir mil funcionários. A cadeia de hipermercados, detida por Isabel dos Santos, já veio desmentir essas informações, mas admitiu que está a passar por algumas dificuldades financeiras, tendo pedido ajudar ao Governo para manter as portas abertas.

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Em comunicado enviado ao VerAngola, a Condis Lda – a empresa que detém a rede de hipermercados Candando – revelou que nos últimos meses tem enfrentado, "à semelhança das restantes empresas de distribuição presentes no mercado angolano, um conjunto de desafios e dificuldades, com impactos directos no negócio, fruto da degradação económica do país, e agravadas pelas necessárias medidas de confinamento impostas como resposta à crise pandémica da covid-19".

A empresa explica ainda, que além do impacto que a covid-19 provocou nas suas contas, o facto de "não poder continuar a contar com o apoio dos seus accionistas, uma vez que por decisão do Tribunal Provincial de Luanda, e fruto do arresto preventivo, encontram-se bloqueadas as contas bancárias dos accionistas assim como vedado o acesso aos dividendos e o acesso a fundos que poderiam servir para apoiar o Candando, e apoiar a sua operação corrente, e obrigações para com empresas fornecedoras de bens, rendas, serviços e entidades bancárias", tem agravado as finanças do Candando.

"Acresce ainda que a pedido da PGR de Angola, as autoridades congéneres portuguesas, procederam ao bloqueio das contas bancárias das empresas do grupo Candando em Portugal, contas essas que serviam para a abertura de linhas de crédito e pagamentos junto de fornecedores internacionais. Esta situação já obrigou a empresa a efectuar vários despedimentos em Portugal, e também limita o acesso à compra de produtos de importação que o mercado angolano tanto carece", continua a nota.

Por essas razões, o grupo Condis Lda frisa que já foi apresentado um plano de revitalização e que já pediram ajuda ao Governo, junto do Ministério do Comércio, para que as portas do Candando continuem abertas. 

"Face a esta situação, a empresa Condis Lda (...) solicitou o apoio às entidades competentes neste sentido tendo, entretanto, já tido a
oportunidade de expor a sua situação junto do Ministério do Comércio", pode ler-se no documento.

Afastando a hipótese de que, para já, vão ser fechadas lojas e despedidos funcionários, a empresa explica que o plano se baseia em três pontos essenciais: o primeiro passo será ajustar o funcionamento do Candando a "uma nova realidade e a um conjunto próprio de constrangimentos", obrigando a repensar o negócio. O segundo passo será "manter os seus hipermercados e supermercados abertos, sendo, para tal, necessário o apoio das entidades competentes para garantir o aceso a linhas de crédito para compras a fornecedores nacionais, produtores e para as compras internacionais".

O terceiro e último passo prende-se com o apoio estatal: "o apoio do Estado é assim fundamental, no acesso e concessão de linhas de crédito com taxas de juro mais acessíveis enquadradas eventualmente no programa Prodesi e nos programas de apoio a empresas nacionais com base no Aviso 10 e outras medidas, sobretudo para o Candando promover, aumentar, e ajudar na compra e no escoamento dos produtos nacionais e do campo, vindas do interior do país".

"A empresa pretende honrar e salvaguardar os interesses dos seus parceiros e de todos aqueles que sempre apoiaram este projecto, confiantes que com o apoio das entidades e do público em geral, em breve resultará uma melhoria, e estes resultados positivos permitirão garantir a continuidade das lojas e a manutenção dos postos de trabalho", completa a empresa.

A rede de hipermercados Candando abriu portas há quatros anos. Emprega actualmente cerca de duas mil pessoas, tendo três hipermercados e três supermercados a funcionar.

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