Segundo o chefe de Estado, o momento crítico para o Sul de Angola avizinha-se (Julho, Agosto e Setembro), pelo que os milhões de angolanos devem continuar solidários, para salvar vidas naquelas comunidades. "Seja solidário, doe o que pode", escreveu João Lourenço.
Além do Cunene, a província mais afetada, também as populações do Cuando Cubango, Huíla, Namibe, Benguela e Kwanza Sul estão a sentir os efeitos da seca.
Em Abril deste ano, o Governo aprovou um pacote financeiro fixado em 200 milhões de dólares para solucionar problemas estruturantes ligados aos efeitos destrutivos na província do Cunene.
Num despacho, João Lourenço determinou os procedimentos de contratação, por concurso público, dos serviços para a edificação de um conjunto de obras com aquele fim, nomeadamente a construção de um sistema de transferência de água do rio Cunene, que partirá da localidade de Cafu até Shana, nas áreas de Cuamato e Namacunde.
A obra está estimada em 80 milhões de dólares .
Um segundo projecto será a construção de uma barragem na localidade de Calucuve e o seu canal adutor associado, num custo global de 60 milhões de dólares.
Será também construída outra barragem e o respetivo canal adutor, na localidade de Ndue, também no valor de 60 milhões de dólares.
Além do concurso público para encontrar empresas que possam edificar as obras anunciadas, João Lourenço determinou, em despacho, a contratação dos necessários serviços de fiscalização.
Em 26 de Fevereiro último, o vice-governador da província do Cunene, Édio Gentil José, decretou o "estado de calamidade" devido à seca, que continua a afetar mais de 285.000 famílias, pedindo a Luanda mais apoios e a definição de estratégias para mitigar o fenómeno.
"Estamos a falar de um total de 285.000 famílias afetadas em toda a província. Continuamos a somar porque, enquanto não chove, os números têm tendência para aumentar. A província atravessa um dos piores momentos de seca", disse.