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Banca e Seguros

Nova administração do BPC admite dispensar funcionários

O novo presidente do Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito (BPC), António André Lopes, admitiu a possibilidade de "dispensar alguns funcionários", no quadro do "ajustamento necessário da sua estrutura" dos recursos humanos.

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"Estamos convencidos de que na sequência dos apoios que vamos obter dos accionistas vai ser necessário fazer o ajustamento da estrutura dos recursos humanos e esse ajuste pode passar, naturalmente, por dispensar alguns trabalhadores", disse aos jornalistas.

Para o novo presidente do maior banco de capitais públicos nacionais, "é natural que o processo aconteça", mas isso, observou, "vai ser feito com algum cuidado, há práticas no mercado que permitem, naturalmente, lidar com esse tema de forma adequada".

"Acreditamos que existem trabalhadores em idade da reforma e há aqui um conjunto de mecanismos que iremos implementar no sentido de suavizar os efeitos dessa medida que tem é necessária", adiantou.

Falando em Luanda, no final de uma cerimónia em que foi empossado ao cargo, António André Lopes, quarto presidente da administração do BPC em menos de quatro anos, assumiu que terá pela frente "enormes desafios".

Segundo o responsável, nomeado esta semana em substituição de Alcides Horácio Safeca, a "melhoria da imagem da instituição" e do "desadequado sistema de controlo interno e informático" são alguns dos desafios da sua gestão.

"O banco, segundo informações que temos, possui um sistema informático bastante desadequado à estrutura e à dimensão da instituição, um sistema muito aberto, permissível e que tem, por isso, muitas fragilidades", realçou.

António André Lopes referiu que está já em curso um programa de modernização dos sistemas informáticos do BPC, "que infelizmente não devem entrar em funcionamento tão rapidamente".

E por isso, frisou, enquanto essa situação não acontece, é preciso “implementar algumas medidas para mitigar o risco que hoje existe decorrente das fragilidades dos sistemas de informação".

O ministro das Finanças, Archer Mangueira, empossou os novos órgãos sociais do BPC, sublinhando que a capacidade do Estado para socorrer o BPC "atingiu o seu limite", pedindo "elevado sentido de rigor e exigência" à nova gestão.

Como administradores executivos, foram nomeados Vitor Cardoso, Marília de Fátima Vinha Peças, Cláudio Pinheiro Macedo e Emanuel Inocêncio Leopoldo. Ismael Gaspar Martins é o novo presidente da mesa da assembleia-geral do BPC.

Em 2017, o BPC registou um buraco de 5200 milhões de dólares de activos com baixo desempenho e em incumprimento, essencialmente crédito malparado, o segundo pior registo da história da banca em Angola.

Para António André Lopes, será necessário actuar no lado da "receita e da despesa" no sentido de tornar a maior unidade bancária comercial de Angola "mais eficiente". 

Questionado sobre se o BPC vai retomar o processo de concessão de créditos, o responsável explicou que o banco, agora sob sua gestão, vai conceder "apenas créditos de qualidade", ou seja, "devidamente suportados por garantias com capacidade de reembolso dos mutuários".

O Estado é accionista do BPC, através do Ministério das Finanças (75 por cento), do Instituto Nacional de Segurança Social (15 por cento) e da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (10 por cento).

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