Numa ronda feita por alguns dos bairros da capital, as kinguilas transaccionam um dólar a 390 kwanzas, uma descida de quase 5 por cento em menos de um mês.
A cotação no mercado informal mantinha-se praticamente inalterada desde meados de Fevereiro e a variação que agora ocorre contrasta ainda com os 475 kwanzas do final de Janeiro, o mesmo acontecendo com a moeda europeia.
No pico da crise cambial que afecta o país desde finais de 2014, cada nota de dólar chegou a ser transaccionada na rua a mais de 600 kwanzas, quase quatro vezes acima da taxa de câmbio oficial.
Na mesma ronda, a Lusa encontrou o euro a ser transaccionado na rua, igualmente em bairros como Maculusso, Mutamba ou São Paulo, em médio, a 440 kwanzas, neste caso uma queda de 8 por cento no espaço de um mês.
A falta de kwanzas no mercado é a explicação apontada para a manutenção prolongada da cotação do dólar e do euro, resultando na prática, devido à retirada de moeda de circulação física, numa valorização da moeda nacional.
Na prática, e apesar de continuar escassa a quantidade de divisas nos bancos, o preço no mercado paralelo não dispara, como aconteceu em anos anteriores.
A retirada de dinheiro de circulação física tem sido uma medida adoptada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) para conter a escalada da cotação do euro e do dólar no mercado informal, alternativo, embora ilegal e a preços especulativos, para angolanos e expatriados que não conseguem comprar divisas aos balcões dos bancos, face à crise cambial.
Na cotação oficial, o kwanza angolano já acumulou uma perda de 35 por cento nos seis meses do regime flutuante cambial, em que as taxas de câmbio são formadas nos leilões de divisas.