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Economia

Isabel dos Santos critica falta de atractividade de Angola para investidores estrangeiros

A empresária Isabel dos Santos utilizou as redes sociais para criticar a falta de atractividade externa de Angola, pela dificuldade em repatriar dividendos, precisamente quando o chefe de Estado, João Lourenço, estaria na Europa a captar investidores estrangeiros.

Dombele Bernardo:

Numa mensagem colocada nas redes sociais, a filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, exonerada em Novembro, por João Lourenço, do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol, questiona a atractividade do país, do ponto de vista dos investidores estrangeiros.

"Qual o investidor que vai entrar se não dão autorização aos actuais investidores estrangeiros para levarem os lucros em dólares", aponta Isabel dos Santos, considerada a mulher mais rica de África, referindo-se às dificuldades que as empresas e investidores enfrentam, nos últimos anos, para repatriar lucros e dividendos, devido à escassez de divisas em Angola.

Em Bruxelas, João Lourenço garantiu à comunidade empresarial belga que está a travar "uma verdadeira cruzada contra a corrupção e impunidade", que muito em breve criará um ambiente de negócios propício ao investimento privado no país.

Dirigindo-se num almoço a um "grupo representativo da classe empresarial belga", deu conta do "quadro de medidas que o executivo angolano vem tomando no sentido de atrair o investimento privado estrangeiro em Angola nos mais diversos sectores da economia", e salientou várias iniciativas legislativas para garantir que a corrupção e a impunidade "têm os dias contados".

Depois de fazer um resumo do trabalho desenvolvido há alguns meses no sentido de criar um ambiente de negócios propício à atracção de investimento privado, incluindo do ponto de vista legislativo, com uma nova lei sobre o investimento privado mais atractiva e que confere mais protecção aos investidores, assim como a nova lei da concorrência para "combater os monopólios e facilitar a livre concorrência entre agentes económicos", o chefe de Estado admitiu que estas medidas não seriam suficientes se não fosse travado também um combate à corrupção.

De acordo com João Lourenço, "este novo ambiente de negócios que se está a criar não ficaria completo" se as autoridades se limitassem a estas medidas enumeradas e não tivessem tido "a coragem de enfrentar dois grandes males de que a sociedade angolana enferma, mas que felizmente têm os dias contados, que são a corrupção e impunidade". "Estamos numa verdadeira cruzada contra a corrupção e impunidade, cujos resultados positivos não tardam a chegar", garantiu.

O Presidente apontou que, "nesta senda, a nova lei do investimento privado, ao não obrigar o investidor estrangeiro a associar-se em parcerias nacionais, cabendo a ele próprio fazê-lo se entender que é melhor para aquele negócio em concreto, está com isso a dizer que o seu investimento é bem-vindo desde que cumpra com a lei e só com a lei, e que nada mais lhe será exigido, porque se algum agente do Estado o fizer poderá ser denunciado às autoridades competentes", disse.

"Angola é um país estável, acolhedor e com necessidade de investimento em praticamente todos os sectores da economia. Visitem Angola e venham conhecer o novo destino do investimento em África. Garantimos que ficarão encantados e atraídos com as oportunidades que vão encontrar", concluiu João Lourenço.

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