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Defesa

Angola quer tornar-se num país livre de minas até 2025

O coordenador da Comissão Executiva de Desminagem de Angola considerou, em Luanda, animadores os resultados globais obtidos nos últimos 15 anos, com a limpeza de 50 por cento da área com necessidade de intervenção.

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Gonçalves Muanduma, igualmente ministro da Assistência e Reinserção Social de Angola, falava à imprensa à margem da Conferência Nacional sobre Desminagem, que hoje arrancou em Luanda e decorre até sexta-feira, para avaliação do actual quadro de desminagem no país, lançado desde o alcance da paz em 2002.

"Os dados globais apresentados são bastante animadores, rondam em 50 por cento, 15 anos depois do que o país se encontrava quando terminou a guerra. Há um esforço muito grande", disse o coordenador da Comissão Executiva de Desminagem.

No total, foram retiradas 419.101 minas antipessoal, 26.391 antitanque e 5.960.346 outros engenhos remanescentes de guerra, segundo dados apresentados na conferência.

O governante frisou que Angola tem pela frente o desafio de tornar-se um país livre de minas até 2025, em cumprimento do artigo 5º da Convenção de Otawa, da qual é subscritora.

"Esse é um grande desafio, tendo em conta o tempo que resta, infelizmente, esse processo de alguma maneira ficou afectado pela crise económica que o país viveu. Ainda assim o Presidente da República priorizou que as brigadas não parassem", disse.

Aliás, segundo o responsável, além do balanço de actividades, a conferência visou homenagear o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, pelo empenho e prioridade dada ao processo de desminagem, para a livre circulação e desenvolvimento do país depois da paz.

Gonçalves Muanduma reconheceu igualmente o papel dos parceiros internacionais, realçando a organização não-governamental inglesa Hallo Trust, à frente dos trabalhos na província do Huambo, que tem pela frente o desafio de ser declarada livre de minas até 2018.

"Mas para isso é preciso alguns fundos é preciso reforçar os meios financeiros, a combinação daquilo que a Hallo Trust vai aplicar e aquilo que o Governo pode contribuir, por isso a importância desta conferencia, para com todos os parceiros internacionais, com todos os operadores, de forma objectiva e concreta analisarmos com rigor a situação de desminagem no nosso país e apresentarmos propostas de soluções a curto, médio e longo prazo, para que depois o Governo decida, frisou.

Acrescentou que o país está dotado de capacidade humana, de equipamentos, precisando apenas "de meios financeiros".

Na sua intervenção, o chefe da Casa Civil da Presidência da República, Armando da Cruz Neto, considerou a desminagem uma tarefa gigantesca, que exigiu o dispêndio de elevadas verbas, a formação técnica de especialistas na matéria e o estabelecimento e implementação no tempo e espaço de vários programas.

Armando da Cruz Neto salientou a "participação activa" de José Eduardo dos Santos nesse processo, "na constituição de grupos de trabalho, na emissão de orientações, apoio incondicional a todas as iniciativas que pudessem contribuir para livrar o país do pesadelo de minas".

Os resultados globais da desminagem apontam para a limpeza de 3.540.924.11 metros quadrados de áreas, 47.150 quilómetros de estradas, 3.218 quilómetros de linhas de ferro, 2.800 quilómetros de linhas de transporte de energia eléctrica, 10.000 quilómetros de linhas de fibra óptica, a retirada de 419.101 minas antipessoal, 26.391 antitanque e 5.960.346 outros engenhos remanescentes de guerra.

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