As Forças Armadas Angolanas promoveram Quarta-feira um encontro com embaixadores acreditados no país, para abordar a situação da pirataria no Golfo da Guiné, no qual interveio o chefe da Direcção de Operações da Marinha de Guerra Angolana, vice-almirante Manuel de Jesus.
O oficial realçou a necessidade de se proteger os mares do país, a zona económica exclusiva, onde, dentro dos seus limites, é feita por exemplo a exploração petrolífera angolana, nesta altura a maior produção em África.
Segundo Manuel de Jesus, a pirataria é um fenómeno "que vem de quase todo lado", mas no Golfo da Guiné vem especificamente da Nigéria.
"Eles (piratas) estão devidamente preparados, são navegantes marítimos muitos deles e que sabem o que fazem. Eles buscam nisso avultados custos em dinheiro, para poderem ir evoluindo com a sua rede de pirataria", disse, em declarações à Rádio Nacional de Angola.
O oficial lembrou que no caso concreto de Angola, país com um índice alto de importação, é preciso garantir-se segurança à navegação marítima.
"Como nós dependemos de quase 95 por cento do mar, havendo pirataria no nosso mar, os grandes navios ou as grandes empresas, não virão para Angola", frisou.
Manuel de Jesus referiu que durante anos Angola esteve mais atenta às fronteiras terrestres devido à situação de guerra, mas hoje o Governo pretende criar uma marinha de guerra capacitada para protecção das águas e zona económica exclusiva do país.
"Está-se a trabalhar neste sentido, há um projecto grande na reedificação das forças armadas, em que a marinha de guerra está contemplada a receber navios e meios que monitorizem a zona económica, o mar territorial e podermos garantir segurança nas nossas águas", salientou.
