Ver Angola

Saúde

Combate à febre-amarela: mais de 12 milhões de vacinas chegam a Angola

Mais de 12 milhões de doses de vacinas contra a febre-amarela estão a caminho de Angola para reforçar a prevenção e combate à epidemia que afectou quase 3000 pessoas em seis meses e que provocou 328 mortos.

:

A informação consta do mais recente relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), consultado pela Lusa, e que indica que entre 5 de Dezembro - início da epidemia em Luanda - e 8 de Junho foram registados pelas autoridades de saúde 2954 casos suspeitos de febre-amarela no país, dos quais 819 foram confirmados em laboratório.

"A 9 de Junho, 12,68 milhões de doses [da vacina] foram enviadas para Angola", refere o relatório, dando conta que os custos da aquisição foram suportados pelo Ministério da Saúde e instituições internacionais que trabalham com a OMS na área da vacinação, como a Gavi, CERF e ICG.

O ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, anunciou em a 23 de Maio, em Genebra, querer vacinar cerca de 24 milhões de pessoas, ou seja "toda a população-alvo" da actual epidemia de febre-amarela, mas admitiu que não havia no mercado vacinas suficientes.

Segundo o ministro, que discursava perante a Assembleia Mundial de Saúde, cerca de 12 milhões de vacinas foram adquiridas e oito milhões de pessoas já foram vacinadas no país, essencialmente em Luanda.

De acordo com informação anterior das autoridades de saúde, os primeiros casos foram registados em Dezembro em indivíduos com idades entre os 22 e 34 anos, de nacionalidade eritreia, residentes aproximadamente há oito meses no município de Viana, arredores de Luanda, e que entraram no país supostamente com boletins de vacina falsos.

Esta epidemia já conta com casos suspeitos em 16 das 18 províncias e a OMS alerta para o risco real de "propagação" a países vizinhos, além da República Democrática do Congo (RDCongo), onde já foram confirmados 51 casos relacionados com a crise de febre-amarela do nosso país. O Quénia tem dois casos relacionados e a China 11, enquanto em São Tomé e Príncipe não foi confirmada a suspeita de dois casos de febre-amarela importada de Angola, segundo a OMS.

Aquela organização das Nações Unidas alerta que "persiste" a transmissão local da doença em Luanda, apesar de quase oito milhões de pessoas terem sido vacinadas já este ano.

Outras 10 províncias já apresentam transmissão local de febre-amarela, agravando a preocupação da OMS, que admite as dificuldades da vigilância para detectar novos focos da doença no país.

A OMS reitera que a epidemia de febre-amarela em Angola - que está a acompanhar diretamente no terreno -, e agora na RDCongo, está "largamente concentrada nas grandes cidades", mas que há um "grande risco de propagação" local e para outros países, como a Namíbia e a Zâmbia, apelando por isso à vacinação de todos os viajantes e trabalhadores estrangeiros nesta região do continente.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.