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Polícia aperta o cerco à venda de dólares nas ruas de Luanda

O preço de um dólar norte-americano nas ruas de Luanda manteve-se nos últimos dias perto dos 600 kwanzas, três vezes e meia acima da taxa oficial, mas a acção da polícia começa a limitar o negócio.

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Numa ronda feita pelas ruas da capital, a Lusa confirmou que vários locais habitualmente conhecidos como de negociação de dólares, ilegal mas a única alternativa face à falta de divisas nos bancos, estão agora visivelmente vigiados por agentes da polícia.

No bairro do Prenda, por exemplo, um dos principais locais de compra e venda de dólares em Luanda, não foi possível nesta ronda encontrar qualquer ‘kinguila’ a fazer transacção, sendo o comentário mais comum na rua as detenções que a polícia está a fazer.

As acções de fiscalização também são cada vez mais visíveis e a Lusa voltou a constatar que quem vende desconfia de qualquer abordagem, por recear tratar-se de polícias à civil, alegando sempre que a venda que estão a fazer é de "saldo" (recarregamento do saldo do telemóvel) e não de dólares.

Apesar dos receios e da forte apreensão, além da tomada de posições da polícia em alguns sítios de habitual venda de dólares, a Lusa acabou por encontrar quem vendesse dólares. Como no bairro do São Paulo, em que comprar uma nota de dólar custava entre 580 a 590 kwanzas, semelhante os preços praticados no Mártires de Kifangondo, ou dos 570 kwanzas na Mutamba. A taxa oficial de câmbio está inalterada há várias semanas nos 166 kwanzas por cada dólar norte-americano.

A "falta de dólar" continua a ser a justificação que se ouve nas ruas de Luanda para os preços especulativos de quem vende, que em muitos casos, como trabalhadores expatriados, é a única forma de ter acesso a divisas no actual contexto de crise económica, financeira e cambial, decorrente da quebra nas receitas petrolíferas.

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