João Lourenço, que esteve até ao final desta Quinta-feira em visita de Estado na República Árabe do Egipto, participou numa reunião com empresários egípcios e posteriormente recebeu em audiência dois empresários do ramo da energia daquele país.
Trata-se de Ahmed Esewedy, presidente da Esewedy Electric, e de Ahmed Mostafa El Assar, presidente do Arab Contractor, refere a Presidência de Angola, em comunicado.
A Esewedy Electtic, com investimento em Angola no sector da electricidade, há 20 anos, centrado em Luanda, “pretende aumentar os seus negócios em outras partes do país, designadamente na geração, transmissão e distribuição de energia”, salienta.
A The Arab Contractor actuou em Angola há mais de 15 anos e “pretende voltar ao mercado nacional com nova roupagem”, refere-se igualmente no comunicado, dando nota que a empresa criou, no ano passado, uma empresa no país para o sector da energia, “pretendendo ainda estabelecer parcerias em diferentes áreas”.
Na sua intervenção, durante o encontro com os empresários egípcios, o Presidente convidou a classe empresarial do país árabe a investir na diversificação da economia de Angola, considerando que, da parceria entre Angola e o Egipto, “quem tem mais a ganhar, sem sombras de dúvidas, é Angola”.
“Angola precisa, com a vossa ajuda e obviamente de outros, trabalhar no sentido de algum dia virmos a alcançar o nível de desenvolvimento que o Egipto já tem nos dias de hoje”, disse.
João Lourenço recordou que Angola enfrentou um período longo de conflito armado, “o que obviamente dificultou o desenvolvimento”, um período em que o sistema político era um sistema de partido único e de economia de mercado, “em que, praticamente, o único investidor era o Estado”.
“Por outras palavras, o sector privado estava, se me permitirem a palavra, amordaçado. Nenhum país se desenvolve sem o sector privado da economia. Nós sabíamos disso, mas tardou a termos a coragem de dar o passo necessário para o sector público, o Estado, se retirar da economia e deixar esse lugar a quem de direito, portanto, o sector privado”, apontou.
O Presidente destacou o potencial petrolífero de Angola ao longo de décadas, considerando, no entanto, que hoje o país está a criar – e está "numa fase já bastante adiantada” - um novo ambiente de negócios, “com regras muito claras”.
Dirigindo-se aos empresários egípcios, Lourenço deixou um “apelo para que o sector privado da economia se desenvolva e vá gradualmente substituindo o papel que o sector público desempenhou ao longo dessas últimas décadas”.
“Nós queremos, para ser breve, diversificar a nossa economia. Queremos, podemos e devemos fazê-lo, sob pena de sucumbir o sector privado da economia, e quando digo sector privado, quero dizer que estamos a contar com investidores privados nacionais, mas incluindo também os investidores privados estrangeiros”, acrescentou.
O Governo quer que os investidores egípcios olhem para Angola como uma grande oportunidade de negócios, nos domínios da agricultura, turismo, agropecuária, pescas, indústria, no geral, e não apenas na indústria extractiva, concluiu o chefe de Estado.