"A Pensana tem o prazer de anunciar que, na sequência do anúncio da Longonjo Finance de 18 de Março de 2025, em que anunciou a aprovação do financiamento total da mina de terras raras de Longonjo, acordou agora os termos e o calendário para a disponibilização da primeira tranche de capital próprio no valor de 25 milhões de dólares", lê-se num comunicado, no qual se explica que a implementação do capital será feita pelo Fundo Soberano de Angola (FSDEA).
"Estamos extremamente gratos ao FSDEA pelo seu apoio contínuo ao desenvolvimento do projecto Longonjo, o maior e mais rico projecto de terras raras magnéticas não desenvolvido do mundo, que irá gerar centenas de empregos locais de alto valor, dar trabalho a muitas empresas locais e, uma vez em produção, irá gerar receitas fiscais substanciais para o governo angolano", disse o presidente da Pensana, Paul Atherley, citado no comunicado.
"Tendo já estabelecido o acampamento e a infraestrutura do local, a disponibilização de 25 milhões de dólares permitirá o início da construção principal e colocará Angola no mapa como um importante interveniente na cadeia de abastecimento global de terras raras", acrescentou ainda o líder da empresa britânica.
Com início de produção previsto para 2027, a mina angolana de Longonjo poderá vir a satisfazer a procura de 2,5 por cento das terras raras a nível mundial, segundo a empresa concessionária.
Os dados foram avançados em Abril pelo presidente do Conselho de Administração da Ozango Minerais, empresa que conta com a britânica Pensana e o FSDEA entre os accionistas, além de duas participações minortárias angolanas.
"Trata-se de um mineral que tem grande utilidade no quadro da transição energética", explicou Alcídio José aos jornalistas durante uma visita de uma comitiva diplomática norte-americana ao Corredor do Lobito, apontando o interesse crescente na redução das emissões de carbono, no princípio do mês passado.
O mineral em causa é usado nos ímanes permanentes, matéria-prima crítica para os veículos eléctricos.
Localizada em Longonjo, a cerca de 70 quilómetros do Huambo, província do Centro-Sul, a mina é servida pela linha férrea do Corredor do Lobito e abrange um perímetro de cerca de 200 hectares na área de exploração.
"Temos a sorte de ter aqui uma reserva significativa [de terras raras]. Numa primeira fase, a nossa produção será equivalente a mais ou menos 2,5 por cento da demanda mundial. Quando a gente olha para esse número, pode parecer pequeno, mas quando colocamos na perspectiva de que se trata de um sector de domínio concentrado, 2,5 por cento de uma fonte independente, numa primeira fase, é muito importante", sublinhou o responsável da empresa, que tem uma concessão prorrogável de 35 anos.
"É um sector que não existe em muitos lugares do mundo. Angola vai ser um ponto no mapa que se calhar procura-se com uma lupa", realçou, indicando numa primeira fase uma produção de 20 mil toneladas anuais deste concentrado de terras raras.