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Angolano Claúdio da Silva vence Prémio de Revelação Literária da UCCLA

O angolano Cláudio da Silva foi o vencedor da 10.ª edição do Prémio de Revelação Literária da UCCLA-CMLisboa, com o livro "Boi", anunciou a organização das cidades da lusofonia.

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O anúncio do vencedor do prémio e da atribuição desta menção honrosa foi feito oficialmente na Segunda-feira, Dia Mundial da Língua Portuguesa, no Palácio Galveias, em Lisboa, no âmbito do Festival Literário de Lisboa - 5L.

A fundamentação do júri, na atribuição dos vencedores desta edição, foi destacada pela secretária-geral adjunta da UCCLA, Paula Leal da Silva.

"De longe a melhor candidatura. Prosa faceta, consciência literária, domínio narrativo, ficcionalidade e ironia quanto ao que pode a literatura – a portuguesa e a instância crítica – há muito que faltava uma prosa assim", disse sobre o livro do vencedor do prémio.

Apesar de ter desempenhado vários trabalhos na área cultural, é a primeira vez que Claúdio da Silva o “transforma em objecto literário fechado” referiu, descrevendo o livro como “uma espécie de investigação policial, em busca de um autor fantasma. 'Boi' porque é um animal mítico”.

Cláudio da Silva, natural do Huambo, nasceu em 1974 e é encenador, dramaturgo e actor de teatro, licenciado em Língua Portuguesa e Línguas Estrangeiras Aplicadas e com um bacharelato em Teatro. Tinha já recebido outros prémios como o da SP/RTP para Melhor Actor de Cinema, pela interpretação no "Filme do Desassossego" de João Botelho (2011) e o Globo de Ouro SIC/Caras para melhor actor de Teatro, pela interpretação em "Se Isto é Um Homem", de Rogério de Carvalho (2021). 

Já Carla Pereira, escritora nascida em Braga (Portugal), foi contemplada com uma menção honrosa do júri com seu primeiro livro “Depois que Deus Morreu”, revelou a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

A obra “Depois que Deus Morreu” é descrita como uma “narrativa poderosa, intimista e meditativa, com personagens, poucas, cujas linhas de ação ora parecem acontecer numa realidade de facto, ora numa outra realidade paralela, metafísica” e ainda “um caso feliz de construção bem montada e breve de uma narrativa aguda, nem conto, nem novela”.

O evento de anúncio dos prémios contou com as intervenções da directora municipal de cultura da Câmara de Lisboa, Laurentina Pereira, da chefe de Divisão da Rede de Bibliotecas de Lisboa, Edite Guimarães, da secretária-geral adjunta da UCCLA, Paula Leal da Silva, e do coordenador da cultura da UCCLA, Rui Lourido.

Para Paula Leal da Silva este prémio marca a “solenidade da língua portuguesa no âmbito do Festival 5 L” e que vem ganhando espaço e reconhecimento mundial. 

“O português é uma língua global e cultural” e este prémio representa “o mais importante em termos de revelação literária, em língua portuguesa, possuindo uma dimensão internacional alargada e deveras representativa” acrescentou, citada num comunicado.

A nota destaca a atracção deste galardão, referindo que este ano recebeu obras em língua portuguesa de África (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique), América (Brasil), Ásia (Timor-Leste), Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Portugal e Suíça) e Oceânia (Austrália)", lê-se no comunicado.

Esta edição reuniu 249 candidaturas, sendo que o Brasil se mantém como o país com o maior número de candidaturas, seguido por Portugal e Moçambique.

O júri do prémio foi composto por escritores de cada um dos países da lusofonia e do território de Macau, bem como por Rui Laurido da UCCLA e por João Pinto de Sousa, representante do Movimento 800 Anos de Língua Portuguesa.

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