Uma delegação de altos funcionários da Embaixada dos Países Baixos esteve esta Segunda-feira no Porto do Lobito para constatar as suas potencialidades e promover parcerias no âmbito do Corredor do Lobito.
De acordo com Paul Erderer, embaixador adjunto dos Países Baixos em Angola, o produto seguirá desde o Porto do Lobito até ao Porto de Roterdão, uma infraestrutura essencial para a entrada de exportações alimentares na Europa.
O responsável reconheceu a importância do Porto do Lobito na conexão África-Europa, bem como da sua posição estratégica para o comércio internacional. Afirmou que o sector da agricultura é o que desperta mais interesse aos Países Baixos no que toca à cooperação com Angola.
“Para exportar abacate é muito importante uma boa cadeia logística de frio, rápida e que funcione bem e de forma eficiente. Estamos a produzir abacate no Huambo que vai passar pelo Lobito e chegar ao resto do mundo, mas a cadeia logística é essencial e estas coisas também precisam de investimentos”, afirmou, referindo que existe investimento privado na Europa que pode auxiliar empresários locais neste ponto.
“As possibilidades para a agricultura e agro-indústria são enormes, precisa-se apenas de investimento, sendo este porto o catalisador. Esta é a razão do nosso interesse em estarmos ligados à plataforma da Caála”, referiu o embaixador adjunto, citado pela Angop.
De recordar que foi lançado o ano passado no Haumbo, concretamente na localidade da Caála, o primeiro cluster regional do abacate.
Já Katila Neto, administradora para a área comercial do Porto do Lobito, fez saber que a empresa está pronta e capacitada para responder a qualquer desafio relativamente ao escoamento de produtos através do Porto do Lobito.
“Temos um terminal polivalente que tem uma capacidade instalada que ainda não é explorada nem a 50 por cento, o que significa que temos sim capacidade”, referiu, afirmando que a delegação conseguiu constatar os terminais e o seu estado, bem como os equipamentos que existem.
“Nós temos equipamentos modernos nos nossos terminais. Temos inclusive um terminal de segunda linha que pode auxiliar os terminais de primeira linha. Aqui eles conseguiram notar aquilo que são as potencialidades do Porto do Lobito para apoiar o seu projecto”, acrescentou.
A responsável referiu que no ano passado o porto recebeu 372 navios, sendo que o terminal está a movimentar em média 25.000 TEU (Twenty-Foot Equivalent Unit: uma medida padrão usada para calcular o volume de carga de um contentor marítimo) por ano - quando tem capacidade para 250.000 TEU.
No final do encontro, a delegação efectuou uma visita guiada no terminal polivalente (carga geral e contentorizada), explorado pelo consórcio Africa Global Logistic (AGL) e ao mineraleiro, sob responsabilidade do Lobito Atlantic Railway (LAR).
Integraram também delegação os representantes do Banco de Desenvolvimento da Holanda, Leon Tajaard, do ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional daquele país, Omar Hang, assim como o assessor económico, Armindo Teuns.