Bryan Huntley e Esperança da Costa falaram do percurso de 30 anos do "Sabonete", programa de Desenvolvimento da Ciência Botânica na África Oceana, que englobou 10 países, e em que Angola participou sob a liderança da actual Vice-Presidente da República.
O académico chegou a angola em 1970, e desde essa data que se dedicou aos estudos sobre os biomas das florestas de Cabinda, das matas de Miombo, Mupanda, Luanda, Cangandala e do deserto de Iona.
"Foi um grande prazer, durante os últimos 55 anos, conhecer Angola muito bem e trabalhar com estudantes angolanos, hoje novos cientistas", afirmou, citado pela Angop.
Huntley antecipou um futuro positivo para os jovens botânicos e economistas do país, pedindo apoios governamentais para o desenvolvimento dos parque nacionais, de grande importância para a conservação da população animal.
Relembrou que Angola é rica, em relação a outros países africanos, por possuir desde florestas húmidas em Cabinda até ao deserto do Namibe, bem como espécies raras como a palanca negra e a welwitschia mirabilis.
Como exemplo, referiu que há 20 anos se pensava que a palanca negra iria ser extinta, mas como o trabalho de especialistas fez-se uma descoberta em Cangandala, apostando-se na reprodução e conseguindo uma média de 300 ou mais espécies a crescer todos os anos.
Na ocasião, o académico ofereceu à Vice-Presidente da República o livro “Ecologia de Angola”, escrito durante os últimos três anos. Com mais de 500 páginas e centenas de gráficos e fotos, a obra, dirigida a estudantes universitários angolanos e já traduzida para o português, deve chegar às bancas em breve.