Em entrevista à Rádio Nacional de Angola, o presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente, adiantou que foi alcançado, na passada Sexta-feira, um acordo entre o executivo e as associações e cooperativas de táxis para alterar a tarifa.
O aumento surge na sequência da remoção gradual dos subsídios aos combustíveis para aproximar o gasóleo e a gasolina dos preços de mercado.
O Governo começou por acabar com as subvenções à gasolina, em Junho de 2023, mantendo isenções para algumas actividades como o transporte de táxi, através de cartões com 'plafond', mas também este benefício chegou ao fim no passado dia 30 de Abril.
Com o preço actual da "corrida" nos 150 kwanzas, o Governo começou por propor um aumento para os 180 kwanzas, proposta com a qual os taxistas não concordaram, defendendo uma subida entre os 250 a 300 kwanzas, que aceitaram rever para 200 a 220 kwanzas, após as negociações.
"Já assinámos a acta para o Governo fazer a competente publicação do que vier a ser o preço da corrida de táxi, nos termos em que foram acordadas [pelas] partes", adiantou Francisco Paciente, sublinhando que as associações não aceitam um aumento inferior a 200 kwanzas.
Os táxis privados de nove lugares, conhecidos como candongueiros ou "azuis e brancos", são dos meios de transporte mais baratos e populares no país, com destaque para a capital, onde circulam milhares de veículos deste género.
Questionado sobre a especulação nas tarifas, sobretudo em horas de ponta, o líder da ANATA responsabilizou o Governo por tardar em formalizar a actividade.
"Isto é que deveria reduzir o índice de especulação de preços e encurtamento de rotas", defendeu, explicando que, actualmente, "não é possível aferir se os especuladores são taxistas ou não", já que a actividade "não tem balizas".
Outro dos motivos para a especulação é a escassez de oferta neste subsector de transportes, apontou.
A ANATA já apresentou uma proposta de definição de rotas na província de Luanda, sendo este tema o próximo alvo das discussões com o executivo, depois do consenso sobre os preços.
A ANATA defende que as rotas deveriam ter no máximo 14 a 15 quilómetros, ao contrário do que acontece hoje, com rotas que variam entre os 3 e os 35 quilómetros.
Francisco Paciente salientou que os taxistas tenderão a escolher as mais curtas "porque sabem que vão cobrar o mesmo preço", ficando as rotas mais longas deficitárias em termos de transporte.
"É preciso que o Governo coloque mão nisto", apelou.