"Antevemos que o BNA opte por aumentar o rácio de reservas e as taxas de juro em mais 50 pontos-base em Julho, para ajudar a pressão deflacionária na taxa de câmbio", escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica.
No comentário enviado aos investidores sobre o aumento da inflação em Angola, e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics diz que "a inflação deverá continuar a subir para perto de 32 por cento no final do primeiro semestre, e depois a estabilidade da taxa de câmbio do kwanza deverá ajudar a moderar a inflação até aos 23 por cento em Dezembro".
No comentário, os analistas escrevem ainda que "a decisão de apertar a política monetária é o resultado das persistentes subidas mensais do índice de preços do consumidor e da oferta de moeda".
A resposta do BNA na semana passada, quando aumentou a taxa de juro, "reflecte a expectativa do banco central de que a inflação está perto de virar a página, e as suas preocupações sobre os impactos negativos na evolução das despesas dos consumidores".
Na Sexta-feira, o banco central reviu em alta a inflação para este ano para 23,4 por cento, sobretudo devido à subida de preços do gasóleo e dos transportes colectivos urbanos de passageiros, assim como pela "inércia inflacionária".
"Prevemos que os preços devem continuar a subir, daí esta revisão em alta da inflação, mas, naturalmente para que tal não aconteça, é necessário que nós continuemos com os esforços que vêm sendo feitos do lado da procura diante do controlo da liquidez em circulação na economia, que é responsabilidade do BNA", disse então o seu governador, Manuel Tiago Dias.
O BNA decidiu na Sexta-feira aumentos da sua taxa directora, de 19 por cento para 19,5 por cento, e da taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez, de 19,5 por cento para 20,5 por cento, na tentativa de travar a inflação, decidiu manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 18,5 por cento e aumentar o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional de 20 por cento para 21 por cento.
A inflação voltou a aumentar em Abril, pelo 12.º mês consecutivo, registando uma variação homóloga de 28,02 por cento, um máximo de quase sete anos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).