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Empresários checos interessados na ZEE querem instalar indústria de transformação e de montagem de automóveis

Um grupo de empresários checos pretende participar do processo de infra-estruturação da Zona Económica Especial (ZEE), em Viana, e instalar uma indústria de transformação e de montagem de automóveis.

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Segundo um comunicado do Ministério da Economia e Planeamento, a que o VerAngola teve acesso, a delegação nacional que está de visita à República Checa desde o início desta semana, apresentou – nesta Quarta-feira (10 de Maio), no fórum de negócios República Checa-Angola, organizado pela AIPEX, no âmbito do convite do ministro da Indústria e Comércio deste país –, aos empresários checos um conjunto de oportunidades que existem em Angola, no quadro da diversificação da economia nacional.

Ao falar à saída do certame, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João – que chefia a delegação – referiu que o país mantém o foco virado para a diversificação da economia.

"Não falamos de forma genérica, falamos da mobilidade, desde montagem de camiões, eléctricos (transportes colectivos), que podem ser montados na Zona Económica Especial, falamos também da indústria do ramo do agronegócio, que sejam feitos em Angola, não só os da transformação agro-alimentar, mas também de componentes para aumentar a produção, por exemplo, sistemas de irrigação, produção de sementes e fertilizantes", disse o governante, citado no comunicado.

Além disso, avançou, os empresários checos podem ser igualmente "os catalisadores do processo de substituição das fontes de energia térmicas" por fontes limpas "como são os casos da eólica e a solar".

Por sua vez, o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha, diante dos empresários, "reforçou a mensagem" do ministro, tendo ainda dito que Angola "quer investimento dos em grãos (milho, arroz, trigo e soja), frutas tropicais, exploração e transformação local da madeira e mecanização agrícola", acrescenta o comunicado.

Enquanto o secretário de Estado do Comércio, Amadeu Nunes, deixou garantias de que existem condições para que os empresários "possam instalar as suas indústrias no país e explorar o potencial de toda a região da SADC, tirando proveito das vantagens comparativas que o país apresenta".

No fórum, Walter Pacheco, presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), procedeu à apresentação das oportunidades oferecidas pelo programa de privatizações e a evolução da bolsa de valores.

Já Lucas Martin, Director de Relações Internacionais da Confederação da Indústria da República Checa, também citado no comunicado, referiu que a pandemia impediu o contacto pessoal, salientando que agora é o momento de recuperar esse tempo perdido.

"Tivemos uma pandemia da covid-19 que nos impediu de ter contacto pessoal, é momento de recuperar o tempo perdido, e esperamos que esta relação entre a República Checa e Angola esteja no início", afirmou Lucas Martin, e acrescentou: "Vamos mobilizar os nossos filiados e apresenta-los a potenciais parceiros em Angola".

Adriano Celso Borja, administrador executivo da ZEE, fez saber que a zona económica Luanda-Bengo manteve contactos com representantes de cerca de 30 empresas "com muita experiência na área de energia, indústria transformadora e da montagem de automóveis", com quem firmou contactos no sentido de estes conseguirem participar na "infra-estruturação de novos lotes com electricidade e para a instalação das unidades fabris já referidas".

De acordo com o administrador executivo da ZEE esses empresários "manifestaram interesse em participar da próxima edição da Filda 2023, que se vai realizar em Julho próximo, com o objectivo de demonstrar o seu potencial nas respectivas áreas e conhecer no terreno a Zona Económica Especial".

"Os empresários do sector da energia garantem que nos próximos três meses vão mobilizar mais parceiros para desenvolver os quadrantes por infra-estruturar na reserva de viana da ZEE", acrescentou.

Por sua vez, Lello Francisco, presidente do Conselho de Administração da AIPEX considerou "que eventos como esse devem ser intensificados para que o mercado angolano seja mais conhecido pelo mercado checo e aumentar as trocas comerciais" entre ambos os países.

"Devemos aumentar a presença de produtos angolanos, nem que seja começar com as rochas ornamentais, mas também abrir o mercado nacional aos produtos checos", referiu, citado na nota, que acrescenta que foram identificadas empresas do ramo mineiro com interesse em investir em Angola.

De referir que a revitalização das relações económico-empresariais e a colaboração académica dominaram o encontro entre o ministro das Relações Exteriores da República Checa, Jan Lipavsky, e o titular da pasta da Economia e Planeamento, que teve lugar também nesta Quarta-feira, em Praga.

No fim da reunião, Mário Caetano João disse que "existe um forte apetite em ver reactivadas as relações económicas entre este país e Angola. Estivemos a ver o potencial de negócios, e mencionamos todo cluster de potencial existente, desde a produção de sementes, fertilizantes, material de irrigação, meios de mobilidade urbana e de transportes de mercadoria, equipamentos de mecanização agrícola, técnicas de maior produtividade, logística e energias renováveis".

"Também vimos os produtos que podem já ser exportados para República Checa, nomeadamente, as frutas tropicais e rochas ornamentais", disse ainda o ministro, citado num outro comunicado da tutela, a que o VerAngola teve acesso.

De acordo com o governante, o retomar do processo de bolsas de estudo para, principalmente, a especialidade de "economia agrária, uma vez que Angola além do aumento da produção é necessário fazer bons estudos de viabilidade para sector". Além disso, acrescentou que as bases se encontram lançadas e que vão "agora assegurar que no exercício da cooperação diplomática esses temas façam parte da pauta".

Segundo o comunicado, na reunião foi igualmente abordado o convite a João Lourenço, Presidente da República, a visitar Praga nos próximos tempos "no sentido de acelerar a revitalização das relações diplomáticas entre os dois países", cujo convite "deverá ser formalizado brevemente".

Contudo, acrescenta a nota, o ministro das Relações Exteriores checo vai visitar Angola. A convite do seu homólogo angolano, Téte António, Jan Lipavsky vai visitar Luanda "nos dias 12 e 13 do próximo mês de Junho e certamente haverá uma reciprocidade com a vinda do ministro Téte a Praga".

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