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Familiares denunciam desaparecimento de dois fuzileiros da Marinha

Familiares de dois fuzileiros da Marinha, alegadamente desaparecidos num naufrágio na semana passada, em Benguela, estão indignados com a instituição que só esta Quarta-feira terá confirmado o incidente, sem confirmar a morte dos militares.

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Os familiares, que procuram esclarecimentos sobre o que aconteceu aos fuzileiros há vários dias, só esta Quarta-feira foram recebidos por responsáveis da Base Naval, depois de divulgarem à imprensa um comunicado manifestando desespero pelo "desaparecimento misterioso" do tenente César Quissanga, de 32 anos, e do segundo cabo Leonardo Alberto, de 24 anos.

Em declarações à Lusa, Simões Moreira Chico, tio de César Quissanga, disse que lhe foi confirmada a ocorrência de um naufrágio de uma das lanchas que estavam a ser rebocadas por outra embarcação da Marinha, junto à Baía Farta, na província de Benguela.

Na lancha seguiam cinco pessoas, das quais duas – César Quissanga e Leonardo Alberto – não usavam colete salva-vidas – e terão desaparecido no mar na passada Quarta-feira.

"Estamos indignados por que a Marinha não mostrou interesse em comunicar com as famílias e dar os devidos esclarecimentos. Não é possível que alguém sobreviva oito dias nas águas. Nós só queremos a verdade, se estão mortos entreguem-nos os corpos, senão digam-nos onde estão", desabafou.

Segundo Simões Moreira Chico, os familiares souberam do naufrágio através das redes sociais e começaram a ficar preocupados quando deixaram de conseguir contactar com os militares, tendo desde então procurado chegar à fala com a direcção da Marinha, sem sucesso até hoje.

"Por isso, fomos manifestar a nossa indignação por que a forma como nos trataram não é correcta, não nos comunicaram o telefone", afirmou, acrescentando que foi a própria família de Leonardo Alberto que se deslocou ao Lobito (Benguela) para saber do paradeiro do filho, tendo obtido algumas informações não oficiais de testemunhas.

Adiantou ainda que, no encontro que mantiveram com o Comandante da Educação Patriótica, lhe foi dito para continuarem a aguardar pelo fim do inquérito e das buscas ainda em curso, já que os militares não estão dados como mortos, e sim desaparecidos.

De acordo com o mesmo familiar, os responsáveis da Marinha justificaram a falta de comunicação com o facto de não terem informação precisa sobre o naufrágio.

Questionado sobre quando irão obter novas informações, Simões Moreira Chico disse que os responsáveis da Marinha não deram um prazo para pôr fim às buscas.

A Lusa tentou obter detalhes sobre o sucedido junto do ministério da Defesa e do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, o que não foi possível até ao momento.

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