Em declarações à agência Lusa, o médico referiu que existe o receio que o país venha a registar casos dessa doença, tendo em conta o movimento muito grande entre África e Europa.
"Sim, existe esse receio, porque a Europa nesta altura está a ter um número bastante considerável de casos, não só a Europa como também América e este número de casos, infelizmente, tem estado a alastrar-se", referiu.
Segundo o médico, este movimento entre os dois continentes, principalmente por via aérea, aumentou com a retoma da actividade económica e "existe esse risco".
"O que temos de fazer é garantir que o sistema de vigilância funcione ao ponto de identificar estes mesmos problemas e corrigi-los o mais rápido possível", salientou.
Para o médico especialista em saúde pública, o país vai ter "um desafio muito grande de controlar essa infecção".
"Ainda não sabemos qual será a forma como esta infecção vai desenrolar-se no nosso país, porque nós já temos muitas doenças virais e pode ser provável que, à semelhança da covid-19, o nosso organismo esteja mais preparado para se defender de uma provável invasão ao organismo por parte deste vírus, mas é algo que ainda não dominamos, mas estamos todos em alerta", observou.
O vírus Monkeypox é do género Ortopoxvírus (o mais conhecido deste género é o da varíola) e a doença é transmissível através de contacto com animais, ou ainda contacto próximo com pessoas infectadas ou com materiais contaminados.
A doença é rara e, habitualmente, não se dissemina facilmente entre os seres humanos e em Portugal já se registam 23 casos, segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS).