A especialista explicou que o coronavírus tem uma evolução três vezes maior em diabéticos porque estes têm um sistema imunológico mais debilitado.
A médica interna do Hospital Militar de Luanda, que falava à margem do espaço "Conversa sobre a covid-19 no CIAM", revelou ainda que, segundo alguns estudos realizados nos últimos tempos, metade das pessoas que morreram por causa do vírus tinham diabetes, escreve a Angop.
Manuela Sandes mostrou-se particularmente preocupada com a população angolana, uma vez que existem várias pessoas que não têm a diabetes controlada, podendo ser um factor de maior risco para contrair a covid-19.
Por essa razão, a especialista aconselhou a que todos os diabéticos procurem ajuda médica para que consigam tomar a medicação adequada e assim controlar a doença. Pediu ainda para que não saiam de casa e cumpram à risca as medidas de prevenção implementadas pelo executivo.
Em Angola, num total de 30 milhões de pessoas, cerca de dois milhões são diagnosticadas com a diabetes, disse.
"Um diabético não tratado e sem acompanhamento periódico do médico torna-se num doente muito complicado", alertou.
A médica frisou ainda que o tratamento de um diabético ronda os 60 mil kwanzas por mês e que compreende que muitos pacientes não consigam suportar esse custo: "O tratamento da diabetes se não for comparticipado pelo Estado é impossível ser suportado somente pelo paciente".
A responsável também se queixou da falta de especialistas para dar resposta ao número de pacientes. Por semana, cada endocrinologista atende cerca de 40 diabéticos, no entanto, o país apenas tem 11 médicos formados nessa área.