Em comunicado, citado pelo jornal Opaís, a delegação do Ministério do Interior em Luanda explica que "na tentativa de dispersão, em defesa da sua própria integridade física, as forças da ordem efectuaram disparos que, acidentalmente, atingiram o cidadão em causa".
De acordo com o documento, as autoridades estavam a levar a cabo uma fiscalização das medidas de prevenção da pandemia da covid-19 quando encontraram um aglomerado de pessoas naquela zona.
Tentaram dispersá-las, mas estas não obedeceram às ordens, tendo começado a atirar pedras, garrafas e paus. Perante esse cenário, descreve a autoridade, os agentes começaram a disparar, tendo atingido António Domingos Vulola – que tinha sido pai há 10 dias.
O jovem foi encaminhado para o hospital Josina Machel, mas acabou por morrer momentos mais tarde.
A polícia disse ainda que já estão a ser investigados os verdadeiros motivos daquele desacato.
No entanto, os vizinhos da vítima contam uma versão diferente. Segundo os populares, citados pelo Opaís, António Domingos Vulola estava a conviver com amigos quando a polícia os abordou e perguntou porque não estavam a usar máscara, uma vez que é obrigatório.
De acordo com as testemunhas, depois de o jovem ter sido atingido e estar a receber assistência médica, o agente responsável pelo disparo começou a fugir e, por essa razão, os moradores do bairro foram até à esquadra móvel. Não para a vandalizar a esquadra, como afirmam as autoridades, mas sim para obter mais respostas sobre a situação.
Esta é a terceira vez que há uma morte no Rocha Pinto relacionada com a polícia. Em Março de 2019 a polícia atingiu mortalmente a zungueira Juliana Cafrique – um caso que se tornou bastante conhecido e mediático no país. Já em Agosto do mesmo ano, a polícia voltou a disparar naquele bairro tendo matado João Paulo Mutala, um pastor de 56 anos.