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Declarações de Tchizé dos Santos são “indicadores do processo de declínio” do MPLA

A UNITA considerou que as declarações da deputada do MPLA Tchizé dos Santos, que defendeu a destituição do Presidente, são "indicadores do processo de declínio" do partido no poder.

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O porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Alcides Sakala, que se encontra na província do Cunene, disse à Lusa por telefone que as palavras de Tchizé dos Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, "não parecem isoladas".

"A posição e as palavras de 'Tchizé' dos Santos não me parecem isoladas e demonstram a existência de contradições internas no MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola] e constituem indicadores do início do processo de declínio do partido no poder desde 1975", afirmou o porta-voz da UNITA.

Para Alcides Sakala, que não comentou um eventual 'impeachment' a João Lourenço, a ausência de Tchizé dos Santos do Parlamento é uma questão do foro interno do MPLA e da Assembleia Nacional, embora surja num contexto de "turbulência interna" do partido governamental.

"O regimento da Assembleia Nacional e o Estatuto de Deputado são claros quando indicam que não se pode estar ausente do parlamento em três sessões plenárias seguidas", afirmou, indicando desconhecer se Tchizé dos Santos, também membro do Comité Central do MPLA, apresentou justificações oficiais.

A 7 deste mês, o grupo parlamentar do MPLA enviou uma carta a Tchizé dos Santos a aconselhá-la a suspender temporariamente o mandato de deputada face à ausência do país há mais de 90 dias, e consequente ausência dos trabalhos parlamentares, com a filha de Eduardo dos Santos a rejeitar a sugestão, alegando estar fora do país por questões de segurança.

Tal foi confirmado a 10 deste mês, à Lusa, pela própria deputada, que assumiu estar "involuntariamente" fora do país devido à doença da filha e que há vários meses está a ser "intimidada" por dirigentes do partido no poder desde 1975.

Na mesma ocasião, disse que o Presidente João Lourenço, está a fazer um "golpe de Estado às instituições" em Angola e defendeu a sua destituição.

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