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Banca e Seguros

Estado ainda tem de injectar mais de 130 milhões no capital social do BPC

O Estado necessita de injectar 31.500 milhões de kwanzas (133 milhões de dólares) no Banco de Poupança e Crédito, para completar o capital social do maior banco nacional, em processo de reestruturação devido ao volume de crédito malparado.

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A informação consta da análise da auditoria externa às contas de 2017 do BPC, totalmente detido pelo Estado, elaborada pela UHY - Auditores & Consultores, à qual a Lusa teve acesso e que alerta desde logo que a "capacidade do banco para continuar as operações depende do sucesso das suas actividades futuras, da manutenção dos depósitos dos seus clientes e da continuação do suporte financeiro dos seus accionistas".

Os auditores recordam que já foram realizados aumentos do capital social do BPC nos montantes de 90.000 milhões de kwanzas em 2017, mais 90.000 milhões de kwanzas em 2016 e 36.000 milhões de kwanzas em 2015.

O Estado é accionista do BPC, através do Ministério das Finanças (75 por cento), do Instituto Nacional de Segurança Social (15 por cento) e da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (10 por cento), que suportaram, na proporção da sua participação, o financiamento do aumento de capital do banco, no âmbito do processo de reestruturação em curso, devido ao volume de crédito malparado.

"Não obstante, para além de o capital social não se encontrar integralmente realizado pelos accionistas no montante de 31.500 milhões de kwanzas, a sua realização tem ocorrido em grande parte através da emissão de Obrigações do Tesouro em moeda nacional (não indexadas à taxa de câmbio de qualquer moeda estrangeira), remuneradas a uma taxa de juro fixa de 5 por cento e com maturidade de 24 anos", alerta a análise dos auditores.

Os accionistas do BPC aprovaram na sexta-feira, em assembleia-geral, o relatório e contas referente ao exercício de 2017 e o Plano Estratégico para o quinquénio 2018-2022. O banco registou um Produto Bancário positivo de 50.900 milhões de kwanzas em 2017, mas o resultado líquido do exercício foi negativo em 73.100 milhões de kwanzas.

A Lusa tinha já noticiado este mês que o BPC registou em 2017 um buraco de 5.200 milhões de dólares, de activos com baixo desempenho e em incumprimento, essencialmente crédito malparado, o segundo pior registo da história da banca em Angola.

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