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Panificadores apelam à aposta de produção de farinha nas províncias

Angola necessita mensalmente de 80.000 toneladas de farinha de trigo, anunciou o presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola (AIPPA), acrescentando que a fábrica inaugurada cobre apenas 30 por cento das necessidades, apelando à descentralização.

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"Essa fábrica vai produzir mil toneladas, que são 30.000 por mês, portanto ainda vamos precisar de 70 por cento de importação de farinha de trigo. Aliás, isso só vai cobrir pelo menos 30 por cento das nossas carências", disse Gilberto Simão aos jornalistas à margem da inauguração da fábrica de farinha de trigo Grandes Moagens de Angola (GMA), instalada no porto de Luanda.

O representante dos industriais do sector saudou a entrada em funcionamento da unidade, que representou um investimento totalmente privado de 101 milhões de dólares, mas defendeu a construção de pequenas empresas do género, sobretudo no interior do país, para incentivar a cultura do trigo em Angola.

"Temos a nível do país áreas muito boas para cultivo de trigo, então temos que levar também moageiras para esses locais, como Huambo, Bié, Huíla, Malanje. Aí também se cultiva muito trigo, então o que eles precisam é de micro, pequenas e médias moageiras, não precisamos só trabalhar com grandes moageiras", disse.

Segundo Gilberto Simão "é preciso descentralizar" iniciativas do género, com vista a "incentivar a produção nacional" de trigo "lá onde muitas moagens estão paradas".

"Está na descentralização o êxito de um projecto, nós temos na associação associados que são cultivadores de trigo e não estão a produzir a farinha de trigo porque não têm moagens. Esta é bem-vinda mas estamos a torcer que o governo também dê prioridades às pequenas moageiras", sublinhou.

Acrescentou que há moageiras no país "que estão paradas e que não gastam energia e combustível", como é o caso das moagens de água.

"Nós temos recursos hídricos muito grandes e as micro moageiras podem ser feitas de moinhos", disse.

De acordo com o presidente da AIPPA, só em Luanda funcionam uma média de mil indústrias de panificação licenciadas, pelo que o aumento da oferta poderá permitir baixar os custos de produção dos panificadores.

"É exactamente isso, vai baixar os preços e tem mesmo que baixar os preços porque a produção local é sempre muito mais rentável e muito mais compensadora para a nossa estrutura de custos da nossa actividade e esperemos que não haja especulação", apontou.

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