Peter Hill, presidente do conselho de administração da companhia aérea estatal angolana, gerida desde 2015 pela Emirates ao abrigo de um contrato com o Governo, falava a bordo do Iona, a segunda aeronave do género, entregue pela Boeing este mês e que hoje fez um voo de demonstração.
"Planeamos utilizá-lo [Iona] exclusivamente nos serviços Luanda-Lisboa-Luanda e Luanda-Porto-Luanda. Isto vai dar-nos a capacidade de servir Portugal duas vezes por dia, com 14 voos por semana", explicou Peter Hill, durante este voo de demonstração, entre Luanda e o Namibe.
O novo avião, que chegou a Luanda a 1 de Maio, está avaliado em quase 170 milhões de euros e foi baptizado com o nome Iona, precisamente numa alusão ao parque nacional no deserto do Namibe, no sul de Angola.
O contrato para a aquisição das três aeronaves do género foi assinado entre a TAAG e a Boeing a 27 de Março de 2012, tendo a primeira destas entrado ao serviço em 2014.
A terceira, explicou Peter Hill, deverá chegar a Luanda ainda durante o mês de Junho, depois de concluído o processo de financiamento, para garantir as ligações de Angola para a América do Sul a partir de Julho. "Ainda hoje tive uma reunião no Ministério das Finanças e com a Boeing. Até ao final de junho deveremos ter cá a aeronave, para entrar logo em operação", garantiu Peter Hill.
Estas aeronaves têm capacidade para transportar 225 passageiros em classe económica, 56 em executiva e 12 em primeira classe, possibilitando o acesso a telemóvel e internet a bordo.
A TAAG, empresa pública, foi autorizada a contrair um empréstimo de 261,6 milhões de dólares para adquirir estes dois aviões Boeing 777-300ER. Com a chegada da terceira aeronave, a companhia passará a operar com oito 777 da construtora norte-americana, sendo o Iona, garante Peter Hill, o "melhor" a operar em África, devido à nova configuração utilizada, com mais espaço disponível para os passageiros nas diferentes classes.
O administrador britânico admitiu a companhia já estuda a estreia de novas rotas de Luanda para duas capitais europeias, além das ligações actuais para Portugal. "No momento não temos planos, porque o mercado está em recessão. Mas esperamos começar no próximo ano para Paris e Londres", apontou.
A companhia assegura voos internacionais e rotas nacionais com recurso a cinco aviões Boeing 737 e seis 777 (200 e 300, acresce o novo Iona), estes para operar rotas internacionais também para Lisboa e Porto, além do Brasil e Cuba, entre outros destinos.