Ver Angola

Ambiente

Privados chamados a reduzir défice de electricidade em Luanda

A província de Luanda enfrenta um défice de fornecimento de electricidade que ronda os 400 MegaWatts (MW), sendo uma das soluções adoptadas pelo Governo para reforçar a produção a contratação de produtores privados.

:

A informação consta de um despacho presidencial de Abril passado, autorizando o contrato de aquisição de energia de 50 MW à empresa LS Energia, que opera a central de Viana, arredores de Luanda, por um período de cinco anos.

A LS Energia tem sede no Panamá, projectando e instalando infra-estruturas para a geração de electricidade, sendo agora contratada como produtora independente, para injecção da electricidade produzida na rede eléctrica nacional.

O despacho, de 20 de Abril de 2016, justifica a aquisição desta potência garantida, como outras entretanto realizadas, com os "estudos realizados para avaliar a relação de oferta e procura de energia para a região de Luanda", que indicam "a existência de um défice na rodem dos 400 MW até à entrada em operação dos Projectos Estruturantes de Produção já em curso. Este défice provoca constantes cortes no abastecimento de electricidade a Luanda, obrigando ao recurso a geradores individuais a gasóleo ou gasolina.

Num encontro com os jornalistas na Segunda-feira, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, explicou que o executivo está a apoiar a entrada dos privados no sector eléctrico angolano, na distribuição e sobretudo na produção, através deste tipo de contrato para injecção de electricidade na rede nacional.

O governante reconheceu ainda que a tarifa paga pelos consumidores angolanos – a electricidade chega apenas aos grandes centros urbanos - é "muito baixa" e "necessariamente" os preços terão de ser actualizados em função dos custos reais da operação.

Para suprir o défice energético no país - e não apenas em Luanda -, o Governo angolano tem em curso vários projectos para elevar a produção nacional, nomeadamente obras em duas barragens, a cargo da construtora brasileira Odebrecht.

É o caso do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, no rio Kwanza, província de Malange, obra no valor de 4,3 mil milhões de dólares, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil, e que a partir de 2017 vai produzir 2070 MW e servir oito milhões de pessoas.

Outra das obras envolve o reforço da potência do Aproveitamento Hidroeléctrico de Cambambe, no mesmo município, que vai passar dos actuais 180 MW - desde a inauguração em 1963, no tempo colonial português - para 960 MW e que entra em funcionamento, faseadamente, durante o segundo semestre de 2016.

Já a futura central de ciclo combinado do Soyo, cuja construção está a cargo do grupo China Machinery Engineering Corporation (CMEC), e que vai custar ao Estado cerca de 850 milhões de euros, permitirá garantir electricidade à capital, e ao norte de Angola, a partir de 2017, com 750 MW.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.