João Baptista Borges falava hoje numa conferência de imprensa realizada em Luanda, no âmbito de encontros regulares de membros do Governo com os jornalistas, durante o qual divulgou, entre outros assuntos, o plano de desenvolvimento do sector eléctrico, que até 2025 prevê elevar a capacidade de produção instalada a cerca de 9000 MegaWatts (MW).
Explicou que ao abrigo desse plano, que incluindo obras e projectos no sector das águas, do mesmo mistério, prevê um investimento de 29 mil milhões de dólares, 62 por cento do volume de electricidade a produzir será proveniente dos recursos hídricos, com a construção de várias barragens.
A segunda parcela será garantida pelo aproveitamento do gás natural, de 21 por cento do total, o equivalente a uma capacidade instalada dentro de nove anos de quase 2000 MW. "O que se está a projectar é a construção de centrais de ciclo combinado ao longo do litoral do país, em Cabinda, Benguela e Namibe", explicou o governante.
Além destas, Angola já tem em construção, por empresas chinesas, a central de ciclo combinado do Soyo, na província do Zaire, com início da operação previsto para 2017 e uma produção inicial de 750 MW, para reforçar o abastecimento a Luanda e ao norte do país. Já este ano foi aprovado em conselho de ministros o projecto de reforço de potência desta central, elevando-a a 1200 MW.
O ministro João Baptista Borges lembrou que depois da água, o gás é o segundo maior recurso natural disponível em Angola para a produção de electricidade, sendo objectivo do Governo diversificar as fontes de energia, para que o país não fique "dependente de um único combustível primário".
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, com cerca de 1,7 milhões de barris de crude por dia, mas o gás natural resultante desta exploração continua a ser queimado ou injectado de novo nos poços.
A primeira fase destes investimentos no sector eléctrico, sobretudo na construção de barragens e na central de ciclo combinado do Soyo, deverá concluir-se em 2017, segundo a expectativa do Governo, elevando a capacidade instalada a 5000 MW.
Será cerca do dobro da produção actual, que representa um défice no fornecimento, tendo em conta as necessidades de consumo do país, obrigando ao recurso a milhares de geradores a gasóleo, com custos superiores.