Ver Angola

Ambiente

Benguela Economic Forum: agro-negócio deve ser motor da diversificação da economia

Empresários, economistas, gestores, membros do Governo Provincial de Benguela e jornalistas foram unânimes em considerar que o agro-negócio deve ser o motor da diversificação da economia nacional. Por ocasião da 2ª edição do Benguela Economic Forum, que decorreu na passada semana no Lobito, sob a chancela da PROA, o tema da agro-indústria como factor de desenvolvimento em Angola foi amplamente debatido, tendo-se defendido que por via do agrobusiness é possível darem-se passos firmes no caminho da diversificação.

:

Num país que, como Angola, possui um imenso potencial agrícola, os participantes da 2ª edição do Benguela Economic Forum (BEF) apontaram que só haverá realmente diversificação da economia se forem criados os caminhos para a industrialização, sendo que o agribusiness e a profissionalização dos camponeses, nomeadamente através de cooperativas, são as bases necessárias para se criar e desenvolver a agro-indústria nacional.

O empresário Manuel Monteiro, que possui negócios na agricultura, defende em comunicado remetido ao VerAngola que “há que mudar o paradigma actual da nossa economia, a começar pela formação de cooperativas agrícolas capazes de fornecer os inputs necessários ao desenvolvimento da indústria”.

Para Jorge Pinto, da AIA, o que também é essencial para desenvolver e fazer crescer a agro-indústria são ajustes a nível institucional, fiscal e legal, bem como incentivos à inovação, ao empreendedorismo e ao investimento. Por outro lado, “é imprescindível que se criem condições para um sistema eficiente de produção, nomeadamente energia nas zonas rurais, vias de circulação adequadas e em bom estado, formação contínua e distribuição regular de bens e serviços à população”, sublinha o assessor do Presidente da AIA.

Apostar fortemente na agro-indústria implica fortes investimentos na agricultura como solução para levar o país a uma gradual substituição de produtos importados por produtos nacionais.

Sobre os investimentos, Valter Barros, Administrador Executivo do BDA, referiu que esta instituição já apoio mais de 544 projectos, num valor de 43 mil milhões de kwanzas, sendo que para Benguela foram 530 milhões de kwanzas direccionados para o agribusiness e 6,5 mil milhões para a indústria. No entanto, o administrador do BDA sublinha que “é fundamental que os empresários e os agricultores se profissionalizem e assegurem uma gestão e uma contabilidade adequadas”.

A propósito de financiamento, mas desta vez através do mercado mobiliário, Pedro Pitta Groz, Presidente da Bodiva, lembra que “embora neste momento ainda só se negoceiem Obrigações do Tesouro, em particular por via dos bancos, ainda este ano existirão mais oportunidades de negociação, tendo em vista, mais à frente, a possibilidade de outras empresas poderem aceder a capital no mercado bolsista”.

O economista Carlos Rosado de Carvalho aponta que “o processo de diversificação é a única solução para combater os efeitos nefastos da queda do preço do petróleo que, só nos últimos 3 anos, levaram a que o PIB nominal caísse 46 mil milhões de dólares e se elevasse a dívida pública para a casa dos 50 mil milhões de dólares”, alertou o também jornalista.

Neste contexto, concentrar os recursos do país na agricultura e no agribusiness é um caminho, sendo que Benguela tem uma extensão de 2100 quilómetros quadrados, é um território potencialmente agro-industrial, mas também agro-pecuário, resultante de uma estrutura de solos ímpares e de uma diversidade climática favorável, aliada a uma rede hidrográfica de invejável qualidade.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.