De acordo com a consultora, transportes e energia são os sectores que apresentam mais projectos e que mais contribuem para o sector em termos de valor. O estudo realizado anualmente pela Deloitte indica que o valor dos projectos de construção em África cresceu 46,2 por cento em 2014, aproximando-se dos 326 mil milhões de dólares. Um crescimento verificado em todas as regiões, excepto na África Oriental.
A percentagem de projectos no continente africano de valor superior a mil milhões de dólares cresceu 11 por cento (de 16 por cento para os 27 por cento) em 2014, com o valor médio por projecto a fixar-se nos 1,27 mil milhões de dólares, uma “impressionante” subida de 84 por cento face a 2013, refere a consultora, em comunicado remetido ao VerAngola.
Relativamente à África Subsariana, o número de mega-projectos em 2014 cai de 124 para 119, com a África do Sul a concentrar cerca de metade dos projectos, seguida de Moçambique (15 por cento) e Angola (13 por cento), que, no conjunto, valem 145 mil milhões de dólares, mais 75 por cento que no ano anterior, revela ainda o estudo.
“África continua a ser um pólo de atraccão do Investimento Directo Estrangeiro e do capital africano. Considerando a taxa de conclusão dos projectos identificados no relatório do ano anterior - de 76 por cento -as expectativas de que a área das infra-estruturas irá garantir a tão esperada expansão do mercado neste continente são elevadas”, afirma Miguel Eiras Antunes, sócio da Deloitte.
Sectores dos transportes e da energia dominam
De acordo com o estudo da Deloitte, o sector da energia é o que reúne o maior número de projectos de construção no continente africano (37 por cento), seguido pelo sector dos transportes (34 por cento) e mais distante pelo sector mineiro (9 por cento). A quota de projectos no sector dos transportes cresceu 9 por cento face a 2013, impulsionada pelos investimentos significativos em ferrovias e portos, numa altura em que o desenvolvimento integrado ganha força, como forma de garantir o crescimento regional sustentável. Este sector lidera em termos de investimento, concentrando 40 por cento do valor total.
Na África Subsariana, o sector da energia é também aquele que apresenta o maior número de projectos (46 por cento), um aumento de 13 por cento face a 2013. Um resultado influenciado sobretudo pelos investimentos realizados na área das energias renováveis na África do Sul. Um movimento similar teve o sector dos transportes, cresceu 6 por cento, representando agora 24 por cento do número total de projectos.
Parcerias Público-Privadas ganham expressão
Cerca de 10 por cento dos projectos de construção no continente africano, em 2014, resultam de Parcerias Público-Privadas (PPP), um aumento de quatro por cento, comparando com 2013. “Este é um facto encorajador, já que acreditamos que uma participação significativa do sector privado, juntamente com os governos, será necessária para acelerar o aumento de infra-estruturas no continente”, refere Miguel Eiras Antunes da Deloitte.
Em termos de financiamento dos projectos de construção em África, as Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFD) continuam a liderar, embora surjam novos investidores, como Israel (empresas privadas), EUA (organizações/fundos públicos) e Austrália (empresas privadas).
A emergência das empresas locais de construção
As empresas locais de construção foram responsáveis pela execução de 22 por cento dos projectos do continente, um crescimento de 6 por cento, comparando com 2013. “Este crescimento das empresas locais é particularmente importante e revela a maturidade e capacidade do sector de construção local”, conclui Miguel Eiras Antunes da Deloitte.
Na região da África Subsariana, as empresas locais seguem na frente na construção de infra-estruturas, com 28 por cento, uma subida de 17 por cento, ultrapassando as empresas europeias e dos EUA, que lideravam a tabela em 2013, com 28 por cento, e que no ano anterior estiveram responsáveis por apenas 18 por cento dos projectos. À China coube apenas 5 por cento dos projectos de grande dimensão da região, menos 3 por cento face ao ano anterior.