Afonso Pedro Canga falava à imprensa, em Luanda, à saída da audiência que o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, concedeu ao secretário-geral da Organização Inter-Africana do Café (OIAC), Frederick Kawuama.
Segundo o governante angolano, a produção de café em Angola é assegurada por cerca de 50 mil produtores, sendo que 98 por cento praticam agricultura familiar. O titular da pasta da Agricultura adiantou que se registam investimentos no sector principalmente por privados, o que aponta para o crescimento da produção nos próximos anos.
Frederick Kawuama referiu, por sua vez, que o encontro serviu para passar em revista o programa da OIAC, que visa relançar o café para a lista de produtos mais exportados de África. O responsável sublinhou que o programa exige contactos permanentes com os países produtores de café, bem como o elevar da capacidade de produção dos membros e ainda criar excedentes.
Frederick Kawuama, que chegou na quarta-feira a Luanda para uma visita de trabalho de dois dias, vai igualmente analisar com o ministro da Agricultura angolano, presidente em exercício da OIAC, desde Novembro do ano passado, os preparativos para a realização da 55.ª assembleia-geral da organização, a ter lugar em Luanda, em Novembro próximo.
Angola chegou a atingir uma produção anual de 200 mil toneladas de café, antes de 1975, ano em que se tornou independente. Após a independência, a produção reduziu-se a menos de 10 por cento, fruto do abandono do cultivo durante as mais de três décadas de guerra civil angolana.
Em Angola, o café mais produzido (95 por cento) é do tipo robusta e a maioria da produção é exportada para Espanha, Alemanha, Portugal e parte residual para Itália.