A entrega dos restos mortais e das certidões de óbito foi feita por Fernando Garcia Miala, coordenador executivo do grupo operacional e logístico da CIVICOP, que na ocasião também homenageou as vítimas ao depositar uma coroa de flores, saudou as famílias e assinou o livro de condolências.
As quatro vítimas em questão são Paulino Sassonga, Rodrigues Chinduva, Luís Maria Mbongue e Sabina Ngoloveia, que morreram nos anos de 1986, 1981, 1985 e 2001, respectivamente, no município de Cachiungo (Huambo). As três primeiras vítimas eram ex-membros da Organização de Defesa Popular.
Na ocasião, Edgar dos Santos Hilário, vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, considerou ser um acto simbólico e transcendente, dado que salienta a habilidade dos angolanos em abraçarem o próximo e fazerem uma reconciliação com o passado, escreve a Angop.
Indicou que o acto fecha não apenas um simbolismo, mas também é um momento formal onde as famílias em luto conseguem, daqui para a frente, ter acesso às ossadas e certidões de óbito dos seus familiares, tendo ainda recordado o pedido de desculpas apresentado pelo Presidente da República, João Lourenço, às vítimas dos conflitos, que tiveram lugar entre 11 de Novembro de 1975 e 4 de Abril de 2002.
Já as famílias das vítimas expressaram gratidão ao chefe de Estado pela atitude de reconciliação.
Segundo a Angop, foi considerado tratar-se de um acto nobre e humanitário do Presidente da República ao facilitar que as famílias tivessem um funeral digno para os seus entes queridos.
As informações biográficas das vítimas, bem como uma mensagem do Comando da Região Militar Centro, foram lidos no acto, que terminou com o enterro dos restos mortais no Cachiungo.
As exumações são fruto do trabalho realizado pela comissão, no quadro da identificação e devolução das vítimas destes conflitos, depois de um meticuloso processo de verificação, testes laboratoriais e reconhecimento genético, refere a Angop, que acrescenta que o departamento de biologia forense – ADN do laboratório central de criminalista fez saber que a identificação destas vítimas fechou o processo de comparação e estudo estatístico dos perfis genéticos das família e das ossadas, que concluiu haver uma compatibilidade em termos genéticos entre os dois.