Falando à imprensa, após a primeira reunião do ano da CIVICOP, o governante explicou que a entrega das ossadas ocorre depois de ter sido levado a cabo um "rigoroso processo de verificação, testes e certificação genética-laboratorial".
"No final da reunião, em declarações à imprensa, o ministro Marcy Lopes anunciou que, após um rigoroso processo de verificação, testes e certificação genética-laboratorial, a CIVICOP procederá amanhã [Sexta-feira] à entrega das ossadas de três oficiais-generais mortos durante o período de conflito armado no país às respectivas famílias. Trata-se dos restos mortais dos Generais Altino Bango Sapalo Bock, Antero e Assobio da Bala", lê-se num comunicado do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, a que o VerAngola teve acesso.
Na ocasião, citado pela Angop, adiantou igualmente que a comissão continuará a trabalhar para localizar o maior número possível de sepulturas e a identificar os locais e eventuais pessoas sepultadas.
"Do mesmo modo, identificando as famílias com a ajuda das populações destas localidades, para que em seguida se façam os testes genéticos que se impõem para a consequente determinação da identidade destas pessoas", acrescentou.
Acerca do "andamento da construção do monumento em homenagem às vítimas dos conflitos políticos, Marcy Lopes esclareceu que as obras estão a cargo do Gabinete de Obras Especiais e que, dependendo das condições orçamentais, a conclusão do edifício deverá ocorrer em breve", aponta ainda a nota do ministério.
Por sua vez Cornélio Calei, membro da comissão, referiu que aquela entidade tem feito um trabalho de sensibilização junto das comunidades com parentes que faleceram entre 1975 e 2002, no seguimento dos conflitos políticos, para que se desloquem à organização para os devidos procedimentos.
Falou ainda sobre a ausência da UNITA da comissão, afirmando que o assento do partido "continua lá".
"A reunião está aberta, as convocatórias sempre são enviadas para a UNITA. Sugiro que assumam o seu papel para entrar neste projecto, em prol da reconciliação nacional", disse, citado pela Angop.
De referir que a comissão "foi criada em 2019, por orientação do Presidente da República, João Lourenço, com vista a elaborar um plano geral de homenagens às vítimas dos conflitos políticos que ocorram em Angola, entre 11 de Novembro de 1975 a 4 de Abril de 2002", sendo que esta comissão é formada por "representantes de departamentos ministeriais, órgãos de defesa e segurança do Estado, partidos políticos, confissões religiosas e sociedade civil".