Segundo um comunicado do Ministério da Saúde, a que o VerAngola teve acesso, a ministra da Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, orientou a reunião da comissão, onde também participaram o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa, representantes de diversos sectores governamentais e organizações parceiras envolvidas no combate à doença.
"O encontro de carácter emergencial visou intensificar as medidas de controlo e prevenção para conter o surto de cólera que há três meses afecta diversas regiões do país", lê-se na nota, que acrescenta que "em análise esteve a situação epidemiológica actual e o alinhamento de estratégias integradas para reforçar a resposta".
Na ocasião, Maria do Rosário Bragança assegurou que o Executivo vai continuar a intensificar as medidas de prevenção contra esta doença, visando travar o aparecimento de novos casos, principalmente nas áreas mais afectadas.
A ministra também apelou ao trabalho conjunto de todos para 'colocar um travão' na propagação desta doença.
"Fazer um apelo (...) a toda a nossa sociedade. É uma acção que compete ao executivo, ao executivo central, ao executivo a nível local, os governadores provinciais, os administradores municipais, das comunidades, seja o apoio das igrejas, das autoridades tradicionais, de líderes comunitários e da nossa juventude, estudantes, estudantes universitários. Se nós facultarmos água devidamente tratada, mas se continuar a haver o que nós verificamos da falta de higiene nós não conseguiremos vencer este surto epidémico", apontou.
"Face à evolução que nós temos vindo a verificar neste surto de cólera, que nos cria imensas preocupações, o governo tem feito uma intervenção que visa efectivamente estancar, reduzir e mesmo evitar as mortes, mas a acção não se tem manifestado completamente segura para se verificarem estes resultados. Nesta reunião, saíram um conjunto de conclusões que certamente vão fazer com que nós consigamos reverter este quadro", apontou.
Segundo a ministra, a cólera "é uma doença infecciosa em que a sua manifestação decorre da intervenção de múltiplos factores muito centrados no consumo de água não adequadamente tratada, por um lado, também muito dos problemas de higiene que, em boa medida, estão relacionados também com problemas de saneamento do meio ambiente".
"(...) Por isso, é preciso que todos os cidadãos ajudem nesta luta, adoptando as medidas de prevenção como a lavagem das mãos com água e sabão, evitar a defecação ao ar livre, consumir água tratada, entre outras acções", lembrou a governante, tendo ainda pedido aos pais e outros agentes da sociedade a contribuírem para o ensinamento das crianças no que respeita aos cuidados de higiene.
Recorde-se que, desde o início do surto, em Janeiro deste ano, o país já ultrapassou a barreira dos 12.000 casos. Os últimos dados apontam para um cumulativo de 473 mortes e 12.368 infecções por cólera.