"O que nós pretendemos dos investidores egípcios é que olhem para Angola como uma grande oportunidade de negócios, não apenas no sector da agricultura, onde temos terras aráveis abundantes, água, bom clima, um país onde não há Inverno, para que possam desenvolver agricultura para o consumo interno, mas também para a exportação", disse.
O chefe de Estado referiu que os investidores têm liberdade para investirem onde "bem entenderem", apontam a vasta "gama de oportunidades" que o país oferece.
"Os investidores são livres de escolher o que pretendem fazer, de acordo com os estudos de viabilidade que as suas empresas fizerem. Têm toda a liberdade de investir onde bem entenderem. A gama de oportunidades é bastante vasta, é bastante grande, desde a agro-pecuária, não apenas a agricultura, as pescas, a indústria, no geral, não apenas a indústria extractiva", referiu, acrescentando: "Temos recursos minerais diversos, que vos podem interessar. Angola é um país que tem um grande potencial turístico adormecido e, por estar adormecido, talvez seja esta oportunidade de os primeiros que chegarem ganharem vantagens sobre os demais no desenvolvimento do turismo".
No longo discurso dirigido aos empresários, o Presidente da República considerou a reunião como uma oportunidade para dar a conhecer Angola.
"Este encontro é uma oportunidade para conhecerem a Angola de hoje e a Angola que nós pretendemos ver num futuro breve. Queremos ver uma Angola desenvolvida, mas para que isso aconteça, o sector privado deve desempenhar o seu papel", referiu.
"Os investidores egípcios estão convidados a serem parte deste grande desafio de transformação de Angola, fazer com que Angola possa, também, ter este ritmo de crescimento que o Egipto conseguiu alcançar nos últimos anos", acrescentou.
Segundo um comunicado do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, este encontro possibilitou ao Presidente da República "transmitir, de viva voz, o que Angola tem de potencial económico e de possibilidades para negócios vantajosos, sobretudo em áreas fora do claustro petrolífero, mas viradas essencialmente para a agricultura, construção de infra-estruturas, indústria farmacêutica, turismo, energia, águas e saúde, entre outras".
No diálogo com os empresários egípcios, "todos eles gigantes nos seus ramos, representando companhias com presença em dezenas de países", o chefe de Estado também destacou o desenvolvimento daquele país: "São poucos países no mundo que conseguem, em tão curto tempo, construir 24 cidades. Isto demonstra capacidade".
João Lourenço afirmou igualmente que o "rápido e consistente desenvolvimento do Egipto deve ser mostrado ao mundo, para que se contrarie a ideia de que África só é lugar de fome, atraso, miséria, desgraças".
"Grande parte dos homens de negócios que participaram do encontro com o Presidente da República manifestaram vivo interesse em investir no nosso país, tendo muitos deles já contactos iniciados com entes angolanos e até, nalguns casos, visitado Angola", lê-se ainda na nota.
João Lourenço em audiência com empresas com negócios em Angola
Ainda nesta Quarta-feira, o Presidente da República também manteve audiências com empresas com negócios em Angola.
"Na sequência do encontro com líderes empresariais do Egipto, o Presidente João Lourenço concedeu audiências a dois homens de negócios", nomeadamente Ahmed Elsewedy, presidente e CEO da Elsewedy Electric, e Ahmed Mostafa El Assar, presidente do Arab Contractor, aponta o CIPRA, noutro comunicado a que o VerAngola teve acesso.
"A Elsewedy Electric, com investimento em Angola no sector de electricidade, há 20 anos, só em Luanda, pretende aumentar os seus negócios em outras partes do país, designadamente na geração, transmissão e distribuição de energia", lê-se na nota, que acrescenta que a "The Arab Contractor já actuou em Angola há mais de 15 anos e pretende voltar ao mercado nacional com nova roupagem", sendo que "por esta razão, criou, no ano passado, uma empresa no país para o sector de energia, pretendendo ainda estabelecer parcerias em diferentes áreas".
"Presente em 38 países africanos, a companhia trabalha em várias áreas de negócios, com contratos de parcerias com investidores de energia, saúde e infra-estruturas, tratamento, saneamento e dessalinização da água", completa o CIPRA.