O ministro das Relações Exteriores, Téte António, disse que os dois chefes de Estado reuniram-se para ser passada informação sobre o processo de mediação que opunha RDCongo/Ruanda que Angola liderou, sem sucesso.
Faure Gnassingbé foi recentemente designado pela União Africana (UA) como mediador no conflito que atinge o leste da RDCongo, após proposta de João Lourenço.
"A conversa de hoje [Quarta-feira] tratou justamente de dar toda a informação (...), mas também passar a experiência acumulada (...) de Angola, não só sobre este conflito, mas da Região dos Grandes Lagos, que continua a assumir muitas responsabilidades", disse Téte António em declarações à Televisão Pública de Angola (TPA).
"Cada vez que for necessário o novo mediador vai recorrer a Luanda", já que Angola assume actualmente a presidência da UA, "mas também pela memória acumulada sobre esse dossiê", acrescentou.
O leste da RDCongo, rico em recursos, que faz fronteira com o Ruanda, tem sido assolado por conflitos há 30 anos. Contudo, a crise intensificou-se nos últimos meses com a tomada, em Janeiro e Fevereiro, das principais cidades de Goma e Bukavu pelo grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), apoiado pelo Ruanda.
A escalada do conflito provocou cerca de 1,2 milhões de pessoas deslocadas nestas províncias, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU.