A Unidade de Montagem de Automóveis CIF, a Fábrica de Cimento CIF CEMENT e a Fábrica de Cerveja CIF Lowenda são as unidades afectas à CIF Angola privatizadas via leilão electrónico, em processo que encerrou na Terça-feira e que foi conduzido pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
Os referidos activos foram recuperados pelo Estado no âmbito do processo de combate à corrupção, numa altura em que corre no Tribunal Supremo (TS) um julgamento em que a CIF Angola é um dos arguidos, juntamente com os generais angolanos Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e Leopoldino do Nascimento "Dino".
O IGAPE, em comunicado consultado esta Quarta-feira pela Lusa, afirma que a Unidade de Montagem de Automóveis CIF foi leiloada na Terça-feira num lance que atingiu os 10,3 mil milhões de kwanzas, tendo sido único concorrente o grupo empresarial OPAIA, S.A.
Para a Fábrica de Cimento CIF CEMENT o valor do lance atingiu os 180 mil milhões de kwanzas. Neste concurso, o consórcio Griner/Ciment/Mercons foi o primeiro classificado, o segundo classificado foi o consórcio H&S/Yupeng, o terceiro classificado foi a Moçambique Dugongo Cimentos, S.A e o quarto foi a Huaxin Cement Co., Ltd.
Pelo menos 29,1 mil milhões de kwanzas foi o maior lance atingido no leilão da Fábrica de Cerveja CIF Lowenda. A Rushan Shuguang Cerveja Ltd foi o primeiro classificado do concurso, seguida da Unique Beverages.
Segundo o IGAPE, os referidos concursos seguem os seus tramites legais, e a audiência prévia, relatório final do leilão, notificação da decisão de adjudicação ao concorrente vencedor, prestação de caução, aceitação da minuta do contrato e a celebração do contrato compreendem as etapas subsequentes.
O TS voltou a suspender na Terça-feira a sessão de julgamento dos generais Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e Leopoldino do Nascimento "Dino", devido à ausência de um representante da arguida CIF Angola.
O julgamento, em que são também arguidos o advogado Fernando Gomes dos Santos, Yiu Haiming, e as empresas CIF, Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, foi retomado após uma interrupção de quase um mês, mas a juíza do colectivo, Anabela Valente, optou por voltar a suspender as sessões devido às dúvidas sobre o actual accionista maioritário da CIF Angola.
O Ministério Público concordou com os argumentos da defesa, de que seria "mais prudente e avisado" pedir mais elementos ao Ministério da Indústria e Comércio, fiel depositário dos bens, e ao IGAPE, responsável pelas alienações do grupo CIF, atendendo ao facto de as participações sociais terem sido entregues ao Estado.
O julgamento, que arrancou a 10 de Março deste ano, vai na sua 6.ª sessão, ainda na fase de discussão das questões prévias. A próxima sessão ficou agendada para o dia 13 de Maio.