Ver Angola

Economia

Bodiva perspectiva para este ano admissão de mais empresas em bolsa para estimular investimento

Depois do ano passado ter sido marcado pela “consolidação da sua trajectória de crescimento e pela histórica admissão à negociação em bolsa”, a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) prevê para o exercício de 2025 admitir mais empresas à cotação. Ou seja, para este ano a Bodiva perspectiva reforçar o seu compromisso com a diversificação e dinamização do mercado de capitais, através da promoção da “admissão à negociação de novas empresas” para estimular o investimento.

:

As perspectivas para este ano foram reveladas esta Terça-feira, dia em que a empresa também apresentou os seus resultados do exercício de 2024.

"Para 2025, a Bodiva reforça o seu compromisso com a diversificação e dinamização do mercado de capitais, promovendo a admissão à negociação de novas empresas e estimulando o investimento de retalho e institucional, nacional e estrangeiro", informa a empresa, em comunicado remetido ao VerAngola.

Na ocasião, a presidente da Comissão Executiva da Bodiva, Cristina Lourenço, afirmou que o compromisso da empresa passa pela consolidação do mercado de capitais.

"O nosso compromisso é claro: consolidar o mercado de capitais como o mecanismo central de financiamento da economia nacional. Continuaremos a trabalhar para que a Bodiva seja cada vez mais robusta, eficiente e transparente, assegurando valor para os investidores e para o país", disse.

Quanto aos resultados obtidos em 2024, a empresa refere que, apesar dos desafios macroeconómicos, manteve o "compromisso com a transparência, eficiência e desenvolvimento do mercado de capitais angolano".

Em termos numéricos, a empresa diz que o volume de negócios alcançou os 5102 milhões de kwanzas, enquanto EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) se fixou em 27 por cento.

"O volume de negócios atingiu os 5102 milhões de kwanzas, representando uma redução de 27 por cento face ao período homólogo. O EBITDA registou uma descida de 49 por cento, fixando-se nos 27 por cento. O activo líquido totalizou 9749 milhões de kwanzas, uma redução de três por cento em relação ao ano anterior, enquanto o resultado líquido se situou nos 1333 milhões de kwanzas, menos 57 por cento que em 2023", lê-se na nota.

Segundo a Bodiva, os resultados espelham não só a dinâmica do mercado, como também os "desafios impostos pelo contexto económico e financeiro, que condicionaram o comportamento dos investidores e a liquidez do mercado".

"A conjuntura macroeconómica adversa, marcada por alterações na estratégia de gestão da dívida pública e pela adaptação ao novo modelo de intermediação, influenciou o volume de negociação e os indicadores financeiros da Bodiva", justifica ainda a empresa.

No entanto, 2024 entra para a história da entidade como o ano em que, "após uma década de actividade, a Bodiva se tornou uma sociedade cotada em bolsa".

"A concretização da oferta pública de venda evidenciou a confiança dos investidores, com um rácio de procura de 778,9 por cento ao preço máximo de 13.259 kwanzas, reforçando a credibilidade e solidez da empresa e do mercado que gere", aponta a empresa.

Ainda dentro do domínio da admissão de empresas à cotação, a Bodiva destaca igualmente a entrada à negociação da ENSA e a oferta pública de venda a ACREP.

"O mercado primário registou a admissão à negociação da ENSA e a oferta pública de venda da ACREP. No mercado secundário, o montante negociado atingiu 6.055 mil milhões de kwanzas, através de 10.328 negócios, mais 105 por cento que no período de 2023, representando uma redução de -22,43 por cento em relação a Dezembro de 2023. Esta variação deve-se, essencialmente, à alteração na estratégia de gestão da dívida pública e à adaptação dos novos membros ao modelo de intermediação", indica o comunicado.

Quanto aos dividendos, a Bodiva salienta o equilíbrio entre o crescimento e retorno dos accionistas.

Assim, adianta a nota, a política de dividendos da empresa "equilibra o retorno aos accionistas com a necessidade de reinvestimento estratégico, especialmente em fases de crescimento e transformação institucional".

"No exercício de 2024, ainda que tenha sido o ano com o menor valor absoluto distribuído em dividendos, esta decisão decorre directamente do contexto excepcional que marcou o período: a entrada da Bodiva em bolsa", explica a empresa.

Perante um resultado líquido individual na ordem de cerca de 1,3 mil milhões de kwanzas, "os accionistas aprovaram a seguinte aplicação: 27 por cento para reservas legais, reforçando a solidez e a sustentabilidade financeira da instituição; 29 por cento para resultados transitados, destinados a financiar projectos estratégicos de desenvolvimento e consolidação da Bodiva enquanto entidade cotada; 44 por cento para dividendos, reflectindo o compromisso contínuo com a remuneração dos accionistas".

Segundo a Bodiva, reter parcialmente os lucros "não só garante os recursos necessários para o reforço da capacidade técnica, operacional e estratégica da Bodiva, como também sustenta a sua evolução num momento determinante para a consolidação do mercado de capitais angolano".

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.