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Economia

Angola tem de manter crescimento para resolver “grandes problemas sociais”

O ministro de Estado da Coordenação Económica disse que Angola tem de continuar a crescer economicamente para resolver “grandes problemas sociais”, com realce para as “altas taxas de desemprego”, prevendo um crescimento de 3,3 por cento este ano.

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Manuel Nunes Júnior falava esta Terça-feira na abertura da primeira edição do Angola Economic Outlook - AEO 2023, com o lema "Da Recuperação Económica ao desenvolvimento Sustentável", uma plataforma de observação económica para permitir aos investidores e outros operadores económicos anteciparem as suas decisões em função dos cenários projectados.

O governante realçou que o executivo prevê para o ano em curso um crescimento de 3,3 por cento, com o setor petrolífero a crescer 3,3 por cento e o não petrolífero 3,42 por cento.

"Temos de continuar nesta trajetória de crescimento económico para que os grandes problemas sociais do nosso país sejam resolvidos, com especial realce para as taxas altas de desemprego que o nosso país ainda apresenta", referiu Manuel Nunes Júnior.

O ministro de Estado da Coordenação Económica realçou que "quando os agentes não confiam no mercado não há investimentos, sobretudo na esfera da produção de bens e não havendo investimentos não há crescimento económico e sem crescimento económico não há prosperidade".

Segundo Manuel Nunes Júnior, para restaurar a confiança no mercado por parte dos agentes económicos e repor os equilíbrios das contas internas e externas, o executivo angolano iniciou em 2018 um amplo programa de reformas económicas e financeiras, que permitiram ao país sair de um quadro de défices orçamentais sistemáticos das suas contas fiscais para 'superavits'.

"Em finais de 2017, eram muito profundos os desequilíbrios das contas internas e externas do nosso país", disse Manuel Nunes Júnior, frisando que "os défices sistemáticos resultaram num aumento dos níveis de endividamento do país".

De acordo com o ministro de Estado para a Coordenação Económica, desde 2018 até à presente data o país tem apresentado 'superavits' orçamentais, à exceção de 2020, devido aos efeitos da pandemia da covid-19.

"No ano passado, Angola teve um 'superavit' de 2,7 por cento do PIB em termos orçamentais. Este grande esforço que o executivo está a fazer para sair de saldos orçamentais deficitários para saldos superavitários é fundamental para inverter a tendência de endividamento do país e aumentar a confiança no mercado angolano", vincou.

Manuel Nunes Júnior afirmou que os efeitos da tendência de diminuição de endividamento público "já são verificáveis no facto do rácio do 'stock' da dívida pública em relação ao PIB ter saído de 134 por cento, em 2020, para 65 por cento, em 2022, muito próximo do patamar de 60 por cento" que é a meta que o Governo pretende atingir, salientou.

"As taxas de inflação têm conhecido igualmente uma trajetória nitidamente decrescente, após ter atingido o pico de cerca de 42 por cento, em 2016, a mesma foi reduzida para 13,8 por cento, em 2022. Em Fevereiro de 2023, a taxa de inflação fixou-se em 11,54 por cento a mais baixa desde 2015", indicou.

Relativamente ao mercado cambial, o governante angolano disse que "está a funcionar normalmente" e que foi ajustado o valor da moeda nacional às condições de mercado, isto é, da procura e da oferta de moeda estrangeira.

"As transacções cambiais do país tornaram-se mais seguras e previsíveis e aqueles que investem em Angola têm podido expatriar os seus dividendos livremente e em tempo oportuno", disse o ministro de Estado, lembrando também que a conta corrente da balança de pagamentos, que era deficitária até 2017, passou a ter saldos positivos entre 2018 e 2022.

Depois de relatar "os esforços que têm sido desenvolvidos no sentido de ser assegurada a estabilidade macroeconómica do país", Manuel Nunes Júnior destacou a importância do fluxo da produção de bens e serviços, "a base de qualquer economia".

Neste domínio, o governante destacou o papel fundamental do setor privado no processo de crescimento económico e de diversificação da economia, sendo dever do Estado "jogar o papel de órgão regulador e coordenador do desenvolvimento".

"Como temos dito em várias ocasiões, aumentar a produção nacional constitui um imperativo nacional, para que possamos ter uma economia mais forte e menos vulnerável a choques externos, sobretudo choques ligados à grande volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional", frisou.

Em 2022, destacou Manuel Nunes Júnior, a tendência de recuperação da economia foi consolidada, estimativas preliminares indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescido no ano passado em torno de 3,05 por cento, com o sector do petróleo e gás a crescer 0,5 por cento e o sector não petrolífero a crescer 3,9 por cento.

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