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Telecomunicações

Serviços de Internet e televisão custam cinco vezes mais no país do que no estrangeiro

Os pacotes de Internet e televisão são cinco vezes mais caros no país do que no estrangeiro. Entre os motivos que justificam esta diferença de preços consta a manutenção para garantir o funcionamento das infra-estruturas.

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A título de exemplo, os preços dos pacotes em Angola comparativamente aos disponíveis em Portugal e no Brasil são cinco vezes mais caros. Segundo contas feitas pelo Expansão – baseadas nos preços disponibilizados nos sites das operadoras do mais baixo para o mais alto –, um cidadão que decida aderir ao serviço da ZAP Fibra, neste caso ao pacote Super 100 Mb, com acesso a Internet com velocidade de 100 Mbps, tráfico ilimitado e 120 canais televisivos ser-lhe-á cobrado 131.900 kwanzas por mês.

Por sua vez, um consumidor no Brasil que opte por um pacote da Claro TV, com direito a Internet com velocidade de 250 Mbps, tráfico de 1000 GB e 123 canais de televisão terá de pagar 16.915 kwanzas.

Um estudo da União Africana e da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico, citado pelo mesmo jornal, revela que no país só quatro por cento da população consegue pagar por 1 GB de dados mensais, valor inferior à média em África que se situa nos 17 por cento.

Entre as principais razões que justificam os elevados preços no país está a manutenção das infra-estruturas.

Mota de Carvalho, presidente do Conselho de Adminitração (PCA) da Angola Cables, explicou que "os serviços são caros porque" os fornecedores e parceiros que mantêm os cabos operacionais cobram "também muito caro, aqui em África". No entanto, o cenário deverá aliviar com a chegada de mais cabos submarinos ao continente.

Citado pelo Expansão, o responsável adiantou que têm realizado reuniões com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social para analisar a eventual possibilidade de o Estado subvencionar parte da Internet: "Temos tido muitas reuniões com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social para ver a possibilidade de o Estado subvencionar um pouco a Internet no nosso país. Em alguns países onde a internet é barata o Estado comparticipa".

Acrescentou ainda que o elevado preço da Internet poderá ter os dias contados, indicando que nos planos do Ministério das Finanças consta a descida dos preços da Internet, escreve o Expansão.

Sobre as operadoras, explicou que estas aplicam os preços de acordo com as infra-estruturas: "As empresas operam todas com geradores, e isso custa muito dinheiro. Ter os melhores técnicos também requer pagar bem. Vamos esperar por dias melhores", indicou, acrescentando que a partilha de infra-estruturas entre operadores poderia ajudar a baixar os preços.

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