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BNA deve cortar juros para 18,5 por cento este ano

A consultora Oxford Economics Africa considerou que o Banco Nacional de Angola (BNA) poderá cortar a taxa de juro em 150 pontos-base, divergindo da posição dominante dos reguladores, com o abrandamento da subida da inflação.

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"Em forte contraste com o resto do mundo, antevemos que o banco central de Angola vá cortar a taxa de juro de referência em 2022, já que a inflação está a abrandar face aos elevados níveis actuais, mas apenas em cerca de 150 pontos-base, para manter uma taxa real ligeiramente positiva, tal como recomendado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)", lê-se num comentário à política monetária.

No comentário à decisão do Banco Nacional de Angola de manter a taxa de juro em 20 por cento na sua última reunião, a Oxford Economics Africa escreve que "a apreciação da taxa de câmbio média do kwanza e preços globais dos alimentos mais suaves a partir do segundo semestre vão ajudar a taxa de inflação a abrandar para uma média de 19,9 por cento em 2022, face aos 25,8 por cento em 2021".

Apesar de reconhecerem que os "riscos estão inclinados para cima devido ao impacto incerto da guerra nos preços globais das matérias-primas", os analistas dizem que "o objectivo do BNA é descer a inflação para um dígito a médio prazo, com intervenção mínima do mercado".

A previsão da consultora surge num contexto de recuperação do kwanza, que ganhou 23 por cento ao dólar desde Janeiro, e está quase 40 por cento mais forte do que estava há um ano.

"A apreciação da moeda vai ajudar a abrandar o aumento nos preços dos consumidores, devido à forte dependência de Angola de bens importados", concluem os analistas.

O Banco Nacional de Angola anunciou a 31 de Março que decidiu manter a taxa de juro de referência em 20 por cento, embora admitindo que a inflação está mais favorável, mas argumentando com os "riscos e incertezas" da conjuntura.

"Pese embora o registo de comportamento mais favorável da taxa de inflação no país, prevalecem riscos e incertezas associados ao contexto económico interno e externo, recomendando-se prudência e estabilidade na condução da política monetária", lê-se na nota divulgada no final da reunião do Comité de Política Monetária (CPM).

"O CPM decidiu manter a taxa básica de juro (Taxa BNA) em 20 por cento, a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 25 por cento, a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 15 por cento; e os coeficientes das reservas obrigatórias em 22 por cento", anuncia-se no comunicado.

Além disso, o CPM "decidiu flexibilizar o limite de posição cambial dos bancos comerciais, passando-o de 5 para 10 por cento".

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