Dados do relatório de Indicadores do Sistema Financeiro do Banco Nacional de Angola, citados pelo Expansão, revelam que no final do ano passado o crédito vencido correspondia a cerca de 2207 milhões de dólares, representando 20,3 por cento do total de crédito atribuído.
De acordo com cálculos do Expansão, a percentagem de crédito malparado aumentou 1,85 pontos entre o fim de 2020 e 2021: passou de 18,41 por cento para 20,3 por cento.
No período em análise – adianta o Expansão –, a bolsa de crédito das instituições bancárias aumentou para seis biliões de kwanzas (cerca de 5,5 por cento), tendo o crédito malparado aumentado cerca de 172 mil milhões de kwanzas.
De acordo com especialistas, citados pelo Expansão, entre os motivos que justificam o crescimento do crédito vencido está a inflação bem como a conjuntura económica, onde a elevada taxa de desemprego e a descida do rendimento da população têm colocado obstáculos à obediência dos encargos com os bancos.
A este cenário, soma-se ainda a política monetária restritiva do BNA que no ano passado, com vista a parar a inflação ampliou a taxa de juro básica em cerca de cinco por cento (de 15,5 por cento para 20 por cento), contribuindo para o crescimento das taxas de juros dos empréstimos da população.
De acordo com o Expansão, o crédito malparado no país chegou ao seu pico em Junho de 2019, onde correspondia a 35,5 por cento do total de crédito.