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Economia

Angola deverá sair da recessão dos últimos cinco anos e crescer 1,3 por cento este ano

A consultora NKC African Economics considerou que a economia de Angola deverá crescer 1,3 por cento este ano, apesar das limitações impostas pela pandemia, da baixa produção de petróleo e da falta de água para a agricultura.

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"No seguimento das reformas lançadas nos últimos anos, que estão a encorajar o investimento, a recuperação no preço do petróleo e uma previsível recuperação da procura global, prevemos que o cresicmento económico chegue quase a 1,3 por cento este ano", escrevem os analistas num comentário aos últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para uma recessão de 5,2 por cento no ano passado.

"A recuperação económica este ano será, ainda assim, limitada pelas restrições que continuam em vigor relativamente à pandemia de covid-19, um modesto declínio previsto para a produção de petróleo este ano devido ao esgotamento dos poços, e à produção agrícola mais baixa por causa da falta de chuva entre dezembro e março nas regiões mais a sul", afirmam os analistas.

Na nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta filial africana da Oxford Economics lembram que "a recessão económica de 5,2 por cento em 2020 foi a pior desde 1993, e representa um agravamento face à queda de 0,6 por cento registada em 2019", atribuindo estes resultados "em parte à excessiva dependência de Angola face ao sector petrolífero, que se afundou no seguimento da queda dos preços de 2014 e à estável redução da produção dos poços devido à falta de investimento".

A economia de Angola registou um crescimento negativo de 5,2 por cento no ano passado, de acordo com os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmando a maior queda da economia nos últimos cinco anos.

"O Produto Interno Bruto (PIB) em volume encadeado do quarto trimestre de 2020, em comparação com o trimestre anterior, ajustado sazonalmente, registou um crescimento de 0,6 por cento, e em comparação com o quarto trimestre do ano anterior registou uma queda de 5,4 por cento; o PIB anual preliminar, resultante dos quatros trimestres de 2020, recuou 5,2 por cento em relação ao ano de 2019", lê-se na nota disponível no site do INE.

O ano passado, confirma-se assim, foi o quinto ano consecutivo em que a economia angolana perdeu terreno, depois das quebras de 2,6 por cento em 2016, de 0,2 por cento em 2017, de 2,1 por cento em 2018 e de 0,6 por cento em 2019, segundo os dados apresentados pelo INE.

No ano passado, a economia do segundo maior produtor de petróleo esteve sempre em território negativo, começando no primeiro trimestre com uma queda de 0,8 por cento, que se aprofundou para 8,5 por cento de Abril a Junho, e abrandou depois para 6,2 por cento nos três meses seguintes e para 5,4 por cento no último trimestre do ano passado.

Segundo o INE, "o desempenho das atividades económicas no quarto trimestre de 2020 em relação ao quarto trimestre de 2019, em termos de variação negativa, é atribuído fundamentalmente às atividades de Construção (-41,5 por cento), Transporte e Armazenagem (-13,2 por cento), Correios e Telecomunicações (-16,9 por cento), Extracção e Refino de Petróleo (-10,8 por cento), Administração Pública (-6,8 por cento), Outros Serviços (-2,8 por cento), Electricidade e Água (-2,9 por cento)", lê-se na apresentação das Contas Nacionais do quarto trimestre.

Para este ano, o Governo estima um crescimento positivo muito próximo de 0 por cento, enquanto o Fundo Monetário Internacional reviu na semana passada em baixa a previsão de crescimento para 2021, de 3,2 por cento para 0,4 por cento.

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