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Fitch estima crescimento de 1,7 por cento este ano em Angola

A agência de notação financeira Fitch prevê que a economia angolana cresça 1,7 por cento este ano, sustentando a estimativa no aumento da produção e da procura externa de petróleo, potenciando as exportações no segundo semestre.

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"Prevemos um modesto crescimento de 1,7 por cento para Angola este ano, depois de uma recessão de cinco anos", escreveram os analistas da agência de 'rating', apoiando a sua previsão na "subida da produção interna de petróleo e na procura externa, que vão sustentar a recuperação das exportações angolanas mais para o final do ano".

Numa análise às principais economias da África Austral, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da agência de notação financeira detida pelos mesmos donos da consultora Fitch Solutions escreveram que a expansão de 1,7 por cento "está bem abaixo do crescimento da população, nos 3,3 por cento, o que significa que o PIB per capita vai continuar a cair e a insatisfação popular vai aumentar".

As exportações de petróleo continuaram a cair no primeiro trimestre deste ano, "apesar de terem subido em Março face a Fevereiro, e o recolher obrigatório e algumas restrições a negócios não essenciais vão manter-se em vigor pelo menos até 10 de Maio", apontaram os analistas.

Estes factores "vão continuar a manietar a actividade económica, que caiu 5,8 por cento no terceiro trimestre do ano passado, depois de uma grande contração de 8,2 por cento no segundo trimestre de 2020", acrescentaram.

A procura interna vai manter-se baixa devido aos efeitos da pandemia de covid-19, cuja vacinação ainda só atingiu 0,8 por cento dos angolanos, disse a Fitch Ratings, considerando que "distribuir vacinas para 33 por centoda população que vive nas áreas rurais vai ser um desafio logístico".

Para a Fitch Ratings, "o descontentamento social vai continuar a ser a maior fonte de risco político em Angola a curto prazo", já que as "dolorosas reformas vão continuar a desempenhar um papel de rastilho nos riscos de estabilidade social a curto prazo, aumentando os efeitos de uma recessão que dura há cinco anos".

Relativamente à África subsaariana, a Fitch anteviu uma recuperação económica "acidentada e tépida, com o crescimento das regiões a manter-se abaixo das médias históricas".

Os analistas da agência de 'rating' estimam que a região cresça 2,9 por cento este ano, abaixo da média de 4 por cento registada entre 2010 e 2019, mas recuperando da queda histórica de 2,7 por cento no ano passado.

"A actividade económica continuou a recuperar nas maiores economias subsaarianas no primeiro trimestre, apesar de a um ritmo mais moderado que no último trimestre do ano passado", referiram, notando que apesar de não haver ainda quaisquer dados sobre o crescimento de Janeiro a Março, o índice que mede a actividade empresarial continuou acima dos 50 pontos nos principais mercados, "o que indicia contínuos melhoramentos na actividade empresarial".

No entanto, alertaram, "a subida das taxas de infecção e o lento processo de vacinação vai levar os governos a manter as restrições sobre o distanciamento em social durante a maior parte do ano, o que vai influenciar negativamente a actividade dos consumidores e dos empresários".

O comentário da Fitch Ratings surge na mesma semana em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a previsão de crescimento da economia de Angola de 3,2 por cento para 0,4 por cento, com o Governo a esperar um crescimento perto de zero para este ano, que deverá marcar a saída da recessão em que o país está mergulhado desde 2016, e que surge depois de uma contração de 5,2 por cento em 2020, de acordo com os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.020.765 mortos no mundo, resultantes de mais de 141,2 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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