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Angola pede ajuda a Espanha para edificar economia cada vez mais sólida

O ministro de Estado para a Coordenação Económica pediu esta Quinta-feira ajuda a Espanha para edificar uma economia cada vez mais sólida, realçando o interesse de um papel mais activo do sector privado.

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Manuel Nunes Júnior, que discursava no Fórum Empresarial Angola/Espanha, organizado no âmbito da visita que realiza esta Quinta-feira ao país o Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que o país pretende acabar com a grande dependência do petróleo.

"Nós queremos mudar definitivamente a estrutura económica de Angola, de modo a termos uma economia mais diversificada, uma economia em que o sector privado passe a ter um papel mais activo no desempenho da economia angolana e que com a sua acção diminua o peso do sector dos petróleos no Produto Interno Bruto de Angola", disse.

O governante convidou as empresas espanholas a investirem nos sectores da agricultura, indústria, pescas, turismo, construção e outras áreas que ajudem a diversificar as fontes de rendimento de Angola.

Segundo Manuel Nunes Júnior, a diversificação da economia é o grande desafio que o país está a enfrentar, sendo necessário instaurar "a confiança" na economia nacional, um factor "fundamental".

"A confiança nas instituições e nos negócios é um elemento fundamental para o funcionamento das economias e das sociedades modernas. Pode-se mesmo dizer que onde não há confiança não há investimentos em níveis adequados", disse, lembrando que já foram dados passos muito importantes pelo país, no sentido de restaurar a confiança entre os agentes económicos no mercado angolano.

Manuel Nunes Júnior referiu que foram dados passos importantes, em 2020, relativamente à dívida externa do país, com o seu reperfilamento, para torná-la sustentável e criar melhor espaço de tesouraria para fazer face às grandes necessidades do país.

Angola aderiu à iniciativa de suspensão do serviço da dívida, proposta pelo G20, e negociou com os seus principais credores, que no conjunto representam cerca de 55.2 por cento do serviço da dívida externa termos favoráveis para o serviço da dívida remanescente, informou.

"Este reperfilamento da dívida com credores externos vai permitir o adiamento do pagamento de parte do serviço da dívida até 2023, prevendo-se com isso a criação de um espaço fiscal de aproximadamente seis mil milhões de dólares nos próximos dois anos", salientou.

O ministro de Estado para a Coordenação Económica frisou que para aproveitar este intervalo, o país deve fazer esforços para sair da situação de recessão económica que se encontra há já cinco anos e entrar para um cenário de retoma do crescimento económico.

Manuel Nunes Júnior destacou que está em curso no país, desde 2019, a implementação do programa de privatizações, que envolve 150 activos, dos quais 39 foram já alienados até à presente data, apresentando os resultados que confirmam que o mesmo deve continuar a ser executado com rigor.

Para este ano, perspectiva-se a privatização de um conjunto variado de activos, que inclui empresas do sector bancário, seguradora, telecomunicações, hotelaria e turismo, indústria, distribuição de combustível e várias participações da Sonangol na prestação de serviços da indústria petrolífera.

"Está aqui uma grande oportunidade para uma cooperação frutífera e de elevada rentabilidade entre empresários angolanos e espanhóis que certamente beneficiarão as economias dos dois países", referiu.

"Queremos que a Espanha nos ajude a edificar uma economia cada vez menos dependente do petróleo, uma economia que cresça de modo sustentado e sustentável, uma economia que gere cada vez mais empregos e eleve os rendimentos dos cidadãos angolanos, que permita combater a fome e a pobreza em Angola e que consiga elevar cada vez mais os padrões de vida dos angolanos. Nós contamos com a Espanha", apelou.

Pedro Sánchez realiza esta Quinta-feira uma visita a Angola, durante a qual vai reunir-se com o Presidente, João Lourenço.

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