Segundo o também ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, o Governo “tem gizado” um programa orientado para a cesta básica, no âmbito do qual estão agendadas um conjunto de visitas da comissão multi-sectorial às províncias que levarão parte dessa ajuda para os mais necessitados.
“Assim aconteceu já na província no Namibe, Cunene e seguramente vamos conhecer em outros pontos do nosso país onde a ajuda se mostre mais necessária”, disse.
Pedro Sebastião lembrou a este propósito que Angola esteve recentemente envolvida num programa de combate à seca no sul do país em que “o Governo foi chamado a um esforço tremendamente grande para acudir às populações” e poderá usar agora toda a linha logística montada nessa altura.
Questionado sobre a ajuda que o executivo poderá dar às empresas, o governante afirmou que está a ser usado “um conjunto de programas que estabeleceu previamente” e que visam o adiamento do pagamento de impostos e a regularização posterior de determinados actos “no sentido de facilitar a vida” às empresas.
No que diz respeito aos salários que considerou “o calcanhar de Aquiles” para os trabalhadores, Pedro Sebastião admitiu que a “não produção” durante o período em que decorre o estado de emergência vai criar dificuldades às empresas.
“O Governo está atento e está a criar todos os incentivos para acudir, não só para acudir às empresas”, mas também dar resposta “às preocupações que se colocam às populações”, frisou o coordenador.
Ao longo de quase três horas de conferência de imprensa, durante a qual foi feito um balanço da primeira semana do estado de emergência em Angola, Pedro Sebastião e os ministros da Saúde, dos Transportes, do Interior, do Comércio e da Comunicação Social e o governador provincial de Luanda reiteraram várias vezes o apelo à população para que fique em casa durante este período.
O estado de emergência na sequência da pandemia de covid-19 foi declarado no dia 27 de Março e prolonga-se até 11 de Abril , incluindo medidas que limitam a movimentação de pessoas, aglomerados de pessoas e funcionamento de estabelecimentos comerciais.
No entanto, verificaram-se ao longo de toda a semana, sobretudo em Luanda, alguns aglomerados, em particular junto de mercados, com muitos angolanos a queixarem-se de não ter alternativa senão continuar a sair para garantir a sua sobrevivência diária.