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Covid-19: mercados devem separar abastecimento, transporte e vendedoras, diz associação

Projectistas e consultores angolanos defenderam num estudo a separação entre o abastecimento, ‘roboteiros’ e vendedoras, no combate ao novo coronavírus, medidas “muito simples” que se não forem adoptadas podem colocar em risco “muita gente”.

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O estudo, a que agência Lusa teve acesso, foi elaborado pela Associação Angolana de Projectistas e Consultores (AAPC) e elenca um conjunto de cuidados e de regras para o combate ao novo coronavírus no país, que já provocou duas mortes de um total de 14 casos positivos.

O presidente da AACP, Paulo Nóbrega, referiu que o estudo foi feito com base na realidade do país, que “obriga a que os mercados funcionem, porque as pessoas não têm capital para armazenar e precisam com frequência de irem às compras”.

“E entendemos, enquanto angolanos, que conhecemos a maneira de estar e de funcionar, fazer propostas, que podem ser de simples implementação, porque a maior parte das propostas que estão aí podem ser adaptadas a mercados existentes e apenas exige mudança de procedimentos”, afirmou.

Segundo Paulo Nóbrega, estes procedimentos propostos passam pelo distanciamento, com marcações no chão de locais onde as pessoas podem estar para garantir o afastamento e também nas condições da sua circulação, “bem como na separação muito clara daquilo que é quem abastece, quem vende, de quem é cliente”.

“É muito simples, o que temos que fazer de uma forma muito clara é separar o abastecimento, os ‘roboteiros’ (transportadores de mercadorias), as vendedoras, daquilo que são os clientes para evitar aquilo que é a transmissão comunitária”, frisou.

Para o presidente da AAPC, as propostas apresentadas “vão ser adoptadas todas, algumas, a maior parte, mas se não forem vai morrer muita gente”.

“Porque nós temos a noção que a nossa população não tem condições financeiras para armazenar comida, que tem que todos os dias ir ao mercado e que nós não conseguimos, sem resolver o problema dos mercados, que não há transmissão comunitária”, sublinhou.

No estudo que já foi submetido às autoridades angolanas e chegou também a Cabo Verde e Moçambique, a AAPC estabelece circuitos de alimentação de abastecimento, independente dos clientes, com a demarcação de arruamentos ou de caminhos no meio dos mercados, para garantir a inexistência de contacto físico entre vendedor, abastecedor e cliente.

Da parte dos clientes, propõe a organização de circuitos das pessoas, de forma a que andem em fila e num número máximo de pessoas pelo mercado, em função da sua dimensão.

“E depois estudamos com muito cuidado a banca, ou seja, como é que as pessoas organizam a espera para serem atendidos, como é que as pessoas efetuam a compra sem estar a tocar no produto, indicando ao vendedor o que é que querem e depois, numa banca à parte, se faz a transação financeira e a entrega do produto e também ter uma banca para a desinfeção das mãos ali”, explicou Paulo Nóbrega.

De acordo com o presidente da AAPC, já foram contactados pelo governo da província de Luanda, para se implementar e se começar a analisar este problema.

“Manifestamos a nossa disponibilidade e penso que isso nos próximos dias será feito. Fomos contactados pelo governo da província de Luanda, pelo governo do Cuando Cubango, que sabemos que têm em construção um mercado e queria adaptar as nossas regras e do governo do Cuanza Sul, que também olhou para o caderno”, disse.

Depois de soluções para os mercados, a AAPC, que agrupa nesta altura as 16 maiores empresas de projetos de gestão e fiscalização no mercado, vai apresentar, brevemente, outros dois projetos similares, que se prendem à questão da transmissão financeira (multicaixa/dinheiro) e com os transportes.

“São situações que nós abordamos na perspetiva do angolano para o angolano, do país Angola sem dinheiro e com o problema, e como resolver”, disse.

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